Política

“Roraima terá toda a atenção do Governo Federal”, garante ministro

Torquato Jardim anunciou implantação de mais postos de fiscalização da Polícia Federal e cursos profissionalizantes para migrantes venezuelanos

Em visita ao Estado, o Ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Torquato Jardim, garantiu que Roraima terá total apoio do Governo Federal no enfrentamento à crise migratória de venezuelanos. A afirmação foi feita em coletiva de imprensa realizada no final da tarde de ontem, 07, no Palácio Senador Hélio Campos, sede do Poder Executivo Estadual.

Durante a entrevista, o ministro destacou que ele e sua comitiva estão realizando todas as verificações possíveis sobre a questão. Entre as soluções que serão executadas a curto prazo está a implantação de mais postos da Polícia Federal nas regiões com maior demanda, em especial a de Pacaraima, porta de entrada dos venezuelanos ao País.

“Esses postos de fiscalização farão com que a própria Polícia Federal expanda a sua capacidade de atuação nas regiões que concentram maiores demanda e, paralelo a isso, teremos como monitorar o fluxo de entrada e saída desses imigrantes no Estado, facilitando assim, por exemplo, a expedição de documentação a esses estrangeiros, que basicamente adentram o país em busca de oportunidades devido a crise que assola a Venezuela”, disse.

Torquato Jardim destacou ainda, que a pasta tem planos para a construção de parcerias com entidades públicas e privadas no que diz respeito à oferta de capacitação dos imigrantes. “É inegável que o Estado tem desenvolvido um ótimo trabalho nesse sentido, principalmente se levarmos em consideração as limitações orçamentárias. Por esse motivo, reafirmo que o Governo Estadual terá a nossa total atenção daqui por diante e uma das maneiras de ajudar essa situação é propondo, de fato, uma união entre entidades públicas e privadas no sentido de oferecer capacitação profissional a essas pessoas. Já temos firmado, por exemplo, uma parceria com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural] para a realização de cursos da área do agronegócio, o que trará não só a possibilidade de crescimento profissional dessas pessoas, mas também desenvolvimento econômico e social para o Estado”, frisou.

Durante todo o dia, o ministro, juntamente com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), general Franklimberg de Freitas, participou de uma série de atividades no Estado, dentre as quais destacam-se a visita ao Centro de Referência ao Imigrante (CRI) e as reuniões com a governadora Suely Campos (PP) e a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB).

No CRI, o Torquato Jardim anunciou a vinda de uma comissão do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), que avaliará as condições da estrutura física do Centro, que atualmente abriga 323 imigrantes venezuelanos, entre indígenas e não indígenas, no ginásio poliesportivo do bairro Pintolândia, na zona oeste da capital.

“Sem dúvida alguma a vinda dessa comissão para cá dará maior incentivo para as ações que são desenvolvidas no abrigo, visto que desde o ano passado nós estamos batalhando em busca de apoio para a reforma daquele espaço. De imediato, temos a garantida de envio de uma verba de cerca de R$ 480 mil, que será utilizada para o reforço de todo aquele ambiente. Além disso, teremos ainda a montagem dos acampamentos para os refugiados aqui em Boa Vista e também em Pacaraima, que por lá será gerenciado pelo Exército. Apesar de serem medidas paliativas, são ações que, de alguma forma, minimizam essa problemática no nosso Estado”, salientou a governadora Suely Campos.

TUCURUÍ – Outro assunto que foi discutido durante a coletiva de imprensa de ontem foi os entraves relacionados à permissão para construção do Linhão de Tucuruí. Segundo o presidente da Funai, general Franklimberg de Freitas, pelo menos três projetos foram apresentado e nenhum deles foi aprovado, o que justifica o atraso na obra. “Esses três projetos foram apresentados em março deste ano, no entanto, todos eles foram reprovados, e sem isso, fica impossível conseguir a licença ambiental para a implantação da linha de transmissão de energia no Estado”, complementou.

Atualmente, a Venezuela é a responsável por oferecer mais da metade da energia consumida pelos roraimenses, algo em torno de 70%, enquanto os outros 30% são suprimidos por meio da geração de energia termelétrica, produzida por quatro usinas.

Apesar da demora, o general garante que tanto a Funai quanto o Governo Federal já estão trabalhando para encontrar uma solução que possa viabilizar a aprovação de um novo projeto e, consequentemente, liberar a licença ambiental para a construção do linhão. “A expectativa é que novas negociações ocorram em setembro, já que elas tiveram que ser paralisadas por conta do falecimento de uma das lideranças indígenas Waimiri-Atroari”, pontuou.

AGENDA – Os trabalhos da comitiva chefiada pelo Ministro da Justiça, Torquato Jardim, serão retomadas neste sábado, 08, com visitas confirmadas a comunidades indígenas, dentre elas a Raposa Serra do Sol. A previsão é que as visitas sejam encerradas no final da tarde, na cidade de Manaus (AM). (M.L)