Cotidiano

RR tem segundo menor índice de imóveis retomados no Norte

Em caso de falta de pagamento de parcelas de financiamento, imóvel pode ser retomado pelo Banco e vai a leilão

Em tempos de crise, algumas pessoas que compraram imóveis financiados sentem dificuldade em manter o pagamento das parcelas em dia. Não por descuido, esse atraso pode levar o banco a retomar o bem e levá-lo a leilão. Apesar disso, a situação de Roraima parece bem mais confortável que nos demais estados do País.

De acordo com levantamento da empresa Resale, Roraima ocupa a vice-liderança entre os estados da Região Norte no número de imóveis retomados à venda pela Caixa Econômica Federal, o que coloca o Estado em situação favorável no que diz respeito a contratos encerrados por falta de pagamento.  

Segundo a empresa, de março a maio deste ano, Roraima obteve percentual de 1,3% em distribuição de imóveis, perdendo apenas para o Amapá (0,9%) e ficando a frente do Tocantins (3,4%); Acre (4,0%); Rondônia (6,5%); Amazonas (22,4%) e Pará (61,4%).

Em relação aos percentuais de taxa de imóveis ocupados, o Estado divide a primeira colocação com o Acre, com 100% de ocupação, seguido do Pará (96%); Rondônia (93%); Tocantins (92%); Amazonas (86%) e Amapá (83%).

Já em relação ao percentual de desconto médio de imóveis, Roraima também apresenta o segundo melhor índice da Região Norte, com -22%, ficando atrás apenas do Amapá (-21%) e à frente dos estados do Amazonas (-28%); Rondônia (-30%); Acre (-31%); Pará (-34%) e Tocantins (-37%).

“Toda a região apresenta uma média de 32% desconto nos imóveis à venda, acima dos 30% que é a média nacional. Isso poderia ser justificado, em parte, pelo alto índice desses imóveis que vão à venda ainda ocupados, seja pelo ex-mutuário ou por inquilinos. Enquanto a média nacional de ocupação é de 90%, na Região Norte esse número é de 94%”, destacou o fundador da empresa Resale, Marcelo Prata.

Para facilitar a vida de quem deseja adquirir um imóvel pela Caixa, a empresa desenvolveu um aplicativo que auxilia na procura pelo melhor preço. “A empresa atua ajudando os bancos a venderem imóveis retomados desde 2015 e, durante esse período, nós percebemos que esse assunto ficava muito restrito a quem estava habituado a comprar em leilões. Então nós achamos que valia a pena democratizar o acesso das pessoas a esse tipo de oportunidade, em função dos descontos e principalmente por conta da crise”, salientou.  

Disponível de forma gratuita para as plataformas Android e iOS, o “Resale – Imóveis Retomados” coloca à disposição dos interessados os imóveis retomados pela Caixa em todo o País, podendo o usuário escolher localização, tipo de edificação e faixa de valor. “Na ficha do imóvel disponibilizado, o interessado poderá visualizar todas as informações referente àquele local, como metragem, bairro onde está localizado, valor e o edital com as regras de como a Caixa colocará à venda. Vale destacar que a compra é feita diretamente com o banco”, explicou.

Ainda segundo Prata, o aplicativo sempre avisará quando novos imóveis estarão disponíveis para leilão, além de emitir um alerta com antecedência de quando ocorrerá o leilão do empreendimento “favoritado” pelo usuário. (M.L)

Imóvel vai a leilão após banco esgotar possibilidade de negociação com cliente

De acordo com a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal em Roraima, o ativo da carteira imobiliária no Estado saltou 473% no intervalo de 2009 a 2016. Nesse período, o saldo de R$ 70 bilhões chegou a R$ 406 bilhões, com índice de inadimplência de 1,63%. “O índice de imóveis retomados nos últimos sete anos está dentro do previsto pela política de crédito da instituição. O banco possui atualmente mais de 4,57 milhões de contratos imobiliários ativos, quantidade superior ao dobro de contratos em carteira no ano de 2009. O percentual de imóveis retomados pela instituição em 2016 equivale a 0,35% do total da carteira de crédito imobiliário do banco”, informou o órgão.

Segundo a Caixa, a realização de leilões de imóveis retomados, cuja operação original foi realizada com Alienação Fiduciária em garantia, segue os procedimentos previstos na Lei 9.514/97, a exemplo de todas as instituições financeiras que atuam na modalidade de crédito imobiliário. “As medidas legais de retomada do bem, previstas em contrato, apenas são adotadas após o esgotamento da negociação entre o banco e o cliente. O banco atua no aperfeiçoamento de todo ciclo de crédito, desde a concessão, monitoramento e recuperação, com o objetivo de captar as oscilações do cenário macroeconômico, mitigar e manter os níveis de riscos aos quais está exposta, dentro dos limites definidos pela política da instituição”, explicou.

Sobre a renegociação, a Superintendência da Caixa informou que em contratos com prazos longos, como é o caso do financiamento imobiliário, em que o empréstimo se dá com garantia fiduciária, o banco busca sempre oferecer meios para que a quitação se dê da maneira mais descomplicada possível. “93% dos contratos renegociados nos últimos dez anos foram liquidados dentro do previsto em contrato. Desse total, a liquidação antecipada de contratos imobiliários renegociados atingiu índice de 65%”, salientou.

Para aqueles clientes em situação de pendência, o órgão oferece duas possibilidades de renegociação de contratos. A primeira envolve o recálculo do saldo devedor do contrato incluindo as prestações em atraso pelo cliente. Nesse caso, o cliente precisa pagar um valor de entrada e ter quitado no mínimo 12 prestações do financiamento. A taxa de juros e o prazo do contrato permanecem o mesmo.

Na segunda opção, o cliente pode utilizar o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de até 80% das prestações do financiamento pelo período de 12 meses. Essa opção vale para os clientes de contratos com no máximo três prestações em atraso e contribui para que os clientes possam colocar suas contas em dia. (M.L)