Política

Moradores apontam insegurança como um dos principais problemas do Caimbé

“Prostituição a céu aberto”. Foi assim que, na sessão itinerante promovida pela Câmara Municipal de Boa Vista na noite de quinta-feira, 22, alguns moradores do bairro Caimbé se referiram à prostituição e aos atos obscenos praticados nas ruas da localidade durante todos os dias, em qualquer horário.

A prostituição não é crime no Brasil. Mas, no caso do Caimbé, ela tem incomodado famílias. “Tem que existir respeito e limite”, disse Adriano Castilho, morador do bairro há 22 anos. O problema foi a principal reclamação relatada no evento. Segundo alguns moradores, a prostituição provocou um aumento no índice de violência no bairro, o que pode ser notado pela frequência de roubos e do tráfico de drogas.

Proposta pela vereadora Mirian Reis (PHS), a sessão teve o intuito de ouvir os moradores daquele bairro sobre as problemáticas enfrentadas no cotidiano, como o relato da autônoma M.F.S, que pediu para não ser identificada, mas apontou o aumento da prostituição, assaltos e insegurança de andar pelas ruas após às 19h. “Começa cedo da noite, os ‘caras’ param a gente no meio da rua. As mulheres andam quase nuas na rua. Olha, está cada dia pior!”, comentou.

Segundo ela, muitos moradores começaram a vender suas casas, a exemplo dela própria, que colocou seu imóvel para venda. A população culpa a imigração venezuelana como o fator principal pelo agravamento dos problemas.

A servidora pública R.N. contou que as dificuldades no bairro são inúmeras, mas a violência chama mais atenção ao devido seu expressivo crescimento. “Hoje a gente tem que viver trancado. A gente não tem acesso nem às nossas próprias calçadas. Está muito difícil. Nossos filhos não podem sair para rua, para levar à escola está difícil”, citou.

Todos os levantamentos apresentados durante a sessão itinerante foram registrados em ata. Além disso, será formada uma comissão especial dentro da Casa para tratar da crise migratória em Boa Vista.

Publicidade