Cotidiano

“Mães estão mais sensibilizadas a doar leite”, diz coordenadora

Palestras e orientações diárias são feitas para reforçar a importância da doação de leite materno

Diferente de levantamentos anteriores, o último censo realizado pelo Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) registrou que a maioria das coletas realizadas em fevereiro ocorreu dentro da unidade. Ao todo, mais de 77 litros de leite foram coletados de mães internadas, enquanto pouco mais de 50 litros foram doados por mães fora do ambiente hospitalar.

A coordenadora do BLH, Silva Furlin, avaliou o levantamento de forma positiva e atribuiu o aumento da coleta interna ao fato de as mães estarem mais sensíveis e comprometidas a doar. Em relatórios anteriores, Silvia informou que o número de coletas externas era maior. “O aumento é bom, porque mostra que elas estão empenhadas em realizar a ordenha para o armazenamento, mesmo dentro do período de internação”, disse.

Independente do resultado, a coordenadora pontuou que o Banco de Leite procura manter e capacitar as mães que se encontram de saída ou que já saíram da unidade, a fim de que a doação continue. Para tanto, a equipe do BLH tem realizado orientações e palestras diárias com as mães da Ala das Rosas, que só estão esperando a alta com o bebê, e da Ala dos Girassóis, destinada a gestantes de alto risco.

Para este público específico, as palestras e orientações giram em torno da importância e benefícios do leite materno e o posicionamento na hora da amamentação. “São gestantes que merecem receber esse cuidado, atenção e orientação, apesar de ainda não terem o bebê”, relatou.

Mesmo com a variação de estoque, que depende inclusive da lotação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, a coordenadora explicou que o banco está conseguindo atender a demanda. Silvia frisou que, de modo geral, as mulheres internadas no alojamento conjunto, designado às mães internadas com os bebês, são as melhores candidatas possíveis à doação, por isso a importância das palestras e orientações.

Frente ao cenário da imigração, a coordenadora ressaltou que, independente de ser imigrante ou não, o banco trabalha com a prática da doação. “Até porque não há distinção de raça. As mães venezuelanas não têm dificuldade nenhuma de comparecer para fazer a coleta interna, inclusive são comprometidas. Não tenho as visto deixando bebê sem leite. Pelo contrário, têm todo um cuidado”, finalizou.

Para ser doadora, a mãe deve comparecer no Banco de Leite ou ligar para os telefones 4009-4909, 4009-4939 ou 0800 728 0144, do Disque Aleitamento. A mãe faz o cadastro, realiza exames e recebe orientações de uma equipe multiprofissional. Depois do processo, a mãe é acolhida em ambiente próprio para ordenha ou orientada para ordenha em domicílio.

A unidade funciona 24 horas para atender não só as mães que doam, mas todas as mulheres do Estado que apresentam alguma dificuldade de amamentar os bebês ou que desejam tirar dúvidas sobre o aleitamento. (A.G.G)