Cotidiano

Indígenas estão há quase dois meses sem energia elétrica

Prestes a completar dois meses, o problema da falta de energia na comunidade indígena da Boca da Mata, situada na região do município de Pacaraima, ao norte do Estado, ainda permanece. A suspensão do fornecimento foi realizada no início do mês passado pela Eletrobras Distribuição Roraima, tendo em vista a falta de pagamento por parte da comunidade.

Desde a suspensão, a comunidade está passando por vários problemas, como a falta de aula das escolas e desperdício de carnes e outros alimentos que também precisam de refrigeração. Além disso, os indígenas permanecem sem água potável, tendo em vista que não é possível efetuar a captação e o tratamento adequados sem energia. Dessa forma, a comunidade continua utilizando água de um igarapé, apesar dos casos de mal-estar em crianças e idosos.

Ainda no final do mês passado, o tuxaua José Nilton solicitou da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Eletrobras uma explicação sobre a cobrança da conta de energia em cota única, o que engloba os 833 moradores da comunidade. A fatura apresentada pela Eletrobras gira em torno de R$ 45 mil. À época, a Eletrobras declarou que concederia a religação com o pagamento de R$ 13.100,00 e mais 12 parcelas de quase R$ 3 mil.

Diante da situação, o tuxaua ressaltou que não considera a cobrança justa, uma vez que nem toda a comunidade tem condições financeiras de arcar com a despesa. “Estamos tentando falar com a Eletrobras e a Funai desde o mês passado em busca de um desdobramento da fatura e nada. Fomos ignorados todas as vezes, enquanto isso a gente continua do mesmo jeito”, relatou.

ELETROBRAS – O presidente da Eletrobras em Roraima, Anselmo Brasil, reforçou que é preciso que se pague a conta, para que o serviço de abastecimento de energia possa ser resolvido na comunidade. “Quando a concessionária faz o corte, é com o intuito de poder entrar recursos para conseguir realizar o atendimento. Na hora que alguém deixa de pagar, começa a abrir um buraco que gera uma deficiência no abastecimento”, finalizou.

FUNAI – Questionados sobre o assunto, a Funai apontou que, devido à logística necessária para a resposta, não seria possível atender a demanda dentro do prazo estipulado. (A.G.G)