Cotidiano

Ataques de piranhas podem voltar a acontecer em balneários

Com a proximidade do fim das chuvas e início do período de verão em Roraima, a população corre atrás de um banho de rio para fugir do calor. Mas, segundo os órgãos de fiscalização, a atenção tem que ser redobrada neste período.

De acordo com o Tenente Assis Santos, comandante da Companhia de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar, quando acabam as chuvas, começa um período crítico para a equipe fiscalizadora já que a população parte em busca dos rios. Por exemplo, somente no último final de semana, já foi registrado um afogamento com vítima fatal no Rio Surumu, em Pacaraima e um acidente com uma embarcação próximo a Caracaraí.

Conforme Assis, a população acaba acreditando que, por visitar sempre o mesmo local, já conhece a região e se sente segura. Mas Assis Santos alerta para a característica principal dos rios de Roraima, de correnteza forte e solo arenoso.”Nós não recomendamos ainda a fazer uso dos rios. A correnteza modifica todo o solo das praias. As pessoas que conheciam a praia de uma forma agora vão se deparar com outra praia. A correnteza pode provocar buracos e bancos de areia, o que pode resultar em afogamento. A nossa recomendação é de cautela total”, explicou.

PERFIL – O bombeiro explicou que o perfil da vítima de afogamento é do sexo masculino, sendo a principal causa vinda do trauma, ou seja, uma lesão, muitas vezes na cabeça.”O trauma pode acontecer após o banhista bater em um tronco, no solo ou banco de areia”, informou.

O alerta também fica para aquelas pessoas que costumam fazer brincadeiras no Rio do tipo “competir quem fica mais tempo debaixo da água”. Isso pode causar desmaios. “Muitas das vezes a pessoa apaga e o restante do grupo não percebe. Devido à correnteza, quando vai procurar já não acha mais”, disse o tenente.

O mal súbito, mais comum de causar o afogamento em pescadores, surge de algum problema médico sem que possa se antecipar como um infarto ou convulsão. Outra grande alerta é para as pessoas que já sabem nadar e acham que a experiência vai impedir de acontecer alguma tragédia.”As pessoas se acham capazes de fazer travessias, principalmente nos balneários de extensão mais curta tipo o Cauamé, Caçari, praia da Polar e banho do Caranã. Nós não recomendamos travessia sem o equipamento de segurança necessário”, frisou.

O perfil da região também traz outro alerta, desta vez, para os tipos de peixes e animais aquáticos que vivem nos rios de Roraima como candiru, piranhas e arraias.Em caso de vítima fatal, os candirus complicam a localização do corpo pelos bombeiros.”No ano passado, nós tivemos muitos ataques de piranha e não descartamos a possibilidade de isso voltar a ocorrer. Estamos monitorando a situação. Os casos de ataque de jacaré não acontecem com frequência, mas também devemos nos preocupar”, disse o tenente.

RECOMENDAÇÃO – Para o Corpo de Bombeiros Militar, a recomendação é que a população não entre agora nos rios, no momento em que o volume ainda está baixando. Passado esse momento, já no verão, a orientação é que a população busque por locais que já conhece, de baixa correnteza e saiba ao menos o mínimo de natação.”Nunca entre na água sozinho, não salte de árvores e barrancos, não entre na água após se alimentar e ingerir bebida alcoólica e não nade contra a correnteza para não se desgastar”, citou.

Por fim, o chefe de fiscalização relatou que não se deve ‘brincar de afogamento’, ou seja, fingir que se afogou para divertir os familiares. “Isso acaba fazendo com que a pessoa perca a credibilidade e, no momento que realmente precisar, as pessoas não vão acreditar e não vão ajudar”, completou. 

Uma das formas de se proteger também é buscar por um balneário que tenha a presença de equipes de guarda-vidas, como o banho do Caçari, do Cauamé e Praia Grande, entre outros. “O guarda-vidas estará lá para fiscalizar e fazer orientações sobre afogamento e qualquer trauma, até de caco de vidro na areia da praia”, concluiu. (P.C.)