Política

“10% do recurso do país vem para Roraima”, diz parlamentar

O deputado federal Hiran Gonçalves, que é médico, explicou que o recurso que vem para a saúde indígena só tem aumentado e está sendo mal gerido

“A saúde indígena de Roraima está sendo mal administrada”. Essa é a opinião do deputado federal Hiran Gonçalves, do Progressistas. Na avaliação do parlamentar, que também é médico, o Governo do Estado faz sua parte, mesmo sem receber recursos do Governo Federal para serem destinados aos indígenas. Ele afirmou que mais de 10% dos recursos federais destinados para a área em todo o país vem para Roraima.

“Eu conheço a situação da saúde indígena mais do que ser político. Eu já fui coordenador da Funasa, quando a Fundação era responsável pela saúde indígena do Brasil através da Casai. Agora, nós temos uma Secretaria Nacional que chama Sesai, que é responsável por todos os polos e base indígenas do Brasil. Então isso me diz muito respeito. O Ministério da Saúde tem um orçamento só para a saúde indígena e só para Roraima vem 10% de tudo que se gasta na saúde indígena do país”, revelou.

O presidente regional do Progressistas afirmou que, somente em 2017, foram gastos mais de R$ 37,5 milhões só pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Leste. “É impossível, portanto, eu ver eles reclamando que têm que fazer tudo sozinhos e não me posicionar. Esse ano nós vamos gastar R$ 39,5 milhões com a saúde indígena só nesse distrito. Deste total, cerca de 42% é gasto com aluguel de avião, de helicóptero e de carro em contratos que já existem no distrito para fazer toda essa assistência às comunidades”, frisou.

O parlamentar acredita que os distritos têm muito profissionais capacitados para atuar na área de saúde. “Tem muita gente trabalhando, muito técnicos trabalhando e cerca de 1.200 pessoas no Yanomami e 1.400 pessoas no Leste, então nós temos uma política muito bem definida através do Ministério da Saúde de atenção às comunidades. Mesmo assim visitamos muitos locais, como o Uiramutã, e as pessoas não estão muito satisfeitas, porque, mesmo tendo muita gente, os distritos se concentraram na cidade em vez de estarem nas áreas mais distantes de Boa Vista, onde realmente tem área indígena”, comentou.

Hiran Gonçalves disse que é preciso aperfeiçoar cada vez mais a atuação das empresas terceirizadas nas áreas de saúde indígena. “Na maioria dos distritos sanitários especiais indígenas no país, não é feito um trabalho adequado e até o próprio ministro Ricardo Barros, quando ainda estava no cargo, já havia considerado o serviço de péssima qualidade e, portanto, precisamos aperfeiçoar. Está havendo a substituição de alguns distritos e, mesmo as empresas sendo desligadas, precisamos estar vigilantes para que a gente consiga realmente usar esse recurso que nós gastamos e que é muito grande, fazendo um atendimento de qualidade para a saúde indígena”, explicou.

Para o parlamentar, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde estadual como um todo não têm como fazer atendimento em comunidades remotas.“Esse dinheiro todo que se coloca na saúde indígena tem que ser utilizado para se fazer remoções e hoje é feito um trabalho inadequado que precisa ser aperfeiçoado”, concluiu.