Opinião

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Um dia singular de congraçamento, companheirismo e amizade

Francisco de Assis Campos Saraiva*

Dia 20 de janeiro é o dia em que o Farmacêutico comemora a sublime data em todo o Brasil. Em Boa Vista foi festejada pelo Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Roraima – SINDIFARR, no Clube do Servidor Público do Estado. E lá compareci com a família, em atenção ao convite formulado pelo seu Presidente Farmacêutico Dr.Carlos Alberto Gomes. Uma solenidade digna de aplausos, com uma organização impar ao agrado de todos. Foi servido um almoço com diferentes iguarias e um conjunto musical animando festivamente o ambiente. O comparecimento foi de boa aclamação, digno de destaque. O ambiente foi de harmonia e paz espiritual, com troca de cortesia entre as pessoas presentes, profissionais, familiares e convidados especiais, tornando o ambiente festivo e agradável aos olhares de todos.

No transcorrer da festividade, houve sorteio de brindes e a entrega de lembranças homenageando companheiros que, no transcorrer do tempo, se destacaram profissionalmente. A classe Farmacêutica prestigiou em peso, principalmente a ala feminina, que deu um toque de singularidade ao ambiente festivo. Ali se fez presente o Dr. Adônis Motta Cavalcante, Presidente do Conselho Regional de Farmácia em Roraima. Dr Erlandson Uchôa Lacerda, Conselheiro Federal por Roraima. Dra. Cláudia Macedo, Major Farmacêutica Chefe do Posto Médico da Guarnição de Boa Vista e demais colegas e convidados alegrando o ambiente festivo. Parabéns ao Sindicato dos Farmacêuticos de Roraima, por tão entusiástica solenidade, digna de aplausos. Parabéns a equipe organizadora da confraternização, que foi de um empenho denodado e admirável, devotamento e lhaneza de trato aos que lá compareceram. O almoço serviço foi de um destaque especial e do agrado de todos que participaram. Um feijão tropeiro de dar água na boca, aliciando a se cometer os excessos como sempre ocorre. E eu fui um dos afugentados pelas iguarias servidas.

O responsável por essa bonança especial foi o dileto companheiro Dr. José Eustáquio, Farmacêutico, carinhosamente conhecido como Dr. Zezinho, pela clientela fiel e de amigos fidedignos que o cercam. No dia 23 de janeiro de 2017, às 09h00, a Diretoria do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Roraima, liderada por seu ilustre Presidente Farmacêutico Dr. Carlos Alberto Gomes, na sede do Laboratório de Análises e Pesquisas Clínicas Lobo D’Almada Ltda., me fez entrega do lindo Certificado, ratificando o ocorrido simbolicamente do dia 20 pretérito, cujo troféu me honrou com distinção especial como Farmacêutico Pioneiro deste Conselho, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados na construção da história da profissão farmacêutica no Estado de Roraima. Aqui deixo meu gesto grandiloquente de nobreza e gratidão, por tão relevante homenagem, que ficará nos anais de minha história para testemunho e orgulho de meus predecessores. É uma prova cabal de dedicação, zelo e devotamento a este povo afável desta boa terra, que há 46 anos me acolheu gentilmente e de braços abertos, fazendo-me acreditar que dela jamais me separaria enquanto vida tivesse. Amo Roraima e, especialmente Boa Vista, com a força telúrica que emana do meu ser com a mais viva e eloquente gratidão, como filho adotivo que hoje sou batistério que me foi honrosamente concedido pela Câmara Municipal de Boa Vista, fato que muito me ufana e desvanece.

O Farmacêutico é o mais antigo profissional que labuta na defesa da saúde pública contra a doença e na pesquisa diuturna dos medicamentos que servem de cura ao corpo e na tranquilidade magnânima do espírito. Sua história vem de longas datas e se confunde com a da própria humanidade, narrada sobre o homem nesses 20 milhões de anos pertinentes a sua existência na face da terra, quando saiu das cavernas e chegou à lua, despindo-se da vestimenta troglodita e vestiu o exótico equipamento astronauta com que foi vitorioso no espaço sideral. O período Científico nasceu na metade do século XIX até os dias atuais. Iniciou com Lavoisier, seguido por outros cientistas estudiosos. No transcorrer do tempo tem sido valiosa a colaboração do Farmacêutico à ciência e a humanidade. Foi de grande valor para a medicina a presença do Clorofórmio, da Morfina, da Digitalina e da Química, descobertas intimamente ligadas a ilustres farmacêuticos, cientistas renomados, que trouxeram iluminados benefícios à humanidade, na luta contra a dor e a doença.

O Farmacêutico francês Ernest Fourneau é o criador da moderna Quimioterapia. Iluminados mestres, como Margraf, Scheele, Stoltz, Kkaproth, Dobernier, Scrturner, Runge, Pettenkofer, Lowitz, Ritsert, todos alemães. Wenzel, Nativelle, Pelletier, Caventou, Forneau, Prost, Baumé, Soubeiran, Dorvaul, Limousin, Moissan, Robiquet, todos franceses. Power, farmacêutico norte-americano. Tilden, farmacêutico inglês. Outro farmacêutico notável, cientista alemão Hoffman, um dos nomes brilhantes ligados à indústria química moderna. Obteve a borracha por via sintética, a partir do isopreno (sintetizado a partir da terebintina pelo farmacêutico inglês Wiliam Tilden). No Brasil temos um nome de primeira grandeza do farmacêutico Queiroz, que instalou em São Paulo a 1ª fábrica de ácido sulfúrico do País, sendo o pioneiro na indústria química nacional. No Brasil, entre outros cientistas renomados, citamos a figura genial do farmacêutico Rodolfo Albino da Silva, Patrono da Farmácia Brasileira, autor da Farmacopeia Brasileira, ínclito Oficial do Exército Brasileiro, a quem o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército muito deve e o seu retrato está na galeria dos ilustres que ali se destacaram com talento e distinção.

Aos heróis, cientistas e gênios da posteridade, prestamos nesta data sublime de 20 de Janeiro, que também é nossa, o preito de reconhecimento por tudo de bom e magnífico que nos legaram, com grandeza espiritual e sabedoria. Parabéns, companheiros, pelo transcorrer da grande data, com o nosso abraço cordial da fraternidade a todos os irmãos, do mais próximo ao mais distante, que servirá de lenitivo aos que hoje sofrem amargamente as consequências da rude crise, severa e cruel que se alastrou impiedosamente por todos os recantos do nosso imenso Brasil. Que Deus, com sua infinita misericórdia, abençoe a todos nós em momentos tão crucias para todos. “Eu amo, Senhor, a habitação de tua casa e o lugar onde tua glória assiste.” (Salmos 26.8).

*Oficial R1 do Exército, escritor, empresário e membro da ALB e da ALLCHEE-mail: [email protected]

 O poder do milagre

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Quando a política penetra nos recintos dos tribunais, a justiça se retira por alguma porta”. (François Pieri)

Atualmente, acho que só um milagre mudaria esse cenário. Mas não sou muito chegado a milagres. Eles já aconteceram comigo, mas mesmo assim continuo arredio. Já contei pra você, aqui no banco de papo, do dia em que me aconteceu um milagre. Eu saía do metrô, em Sampa. Sempre saio pela esquerda, rumo ao apartamento, que fica ali pertinho. Antes de subir a escada, uma mulher, acompanhada por uma criança,

abordou-me e me perguntou se eu poderia lhe arranjar um real para ela completar sua passagem. Respondi que não. Subi a escada e lá encima, a ficha caiu. Olhei para trás e vi que a mulher não era pedinte. Peguei as moedas que estavam no bolso e bem mais de um real, voltei e as entreguei à senhora. Quando subi a escada olhei para trás e ela estava no guichê, comprando a passagem.

Eu tinha feito uma boa ação e estava feliz. Entrei pela Rua XI de Agosto. No meio da rua o movimento era intenso. Muita gente atravessando, da João Mendes para a Clóvis Beviláqua. De repente vi, no meio do asfalto, uma cédula de um real jogada no chão. Era um milagre. Apanhei a cédula e entrei em casa sorrindo.

Ontem aconteceu outro milagre. A dona Salete me mandou comprar o pão para o café da tarde. Eu disse que não tinha dinheiro. E não tinha. Ela deu a velha bronca, dizendo que eu sempre procurava enrolá-la. Não tenho. Tem sim. Não tenho. Tem sim. Nessa arenga saí para a área de serviço. De repente, duas cédulas de dois reais caíram sobre meus pés. Fiquei atônito. Quase tremendo. Era mais um milagre. Juntei as mãos e olhei para o céu, em agradecimento. De repente, esfriei. Bem na minha frente havia uma calça estendida no varal, de cabeça pra baixo. Terminou o milagre. As cédulas caíram do bolso da calça. E nem procurei saber de quem era a bendita calça. E tomara que o dono dela não leia essa história esfarrapada.

Agora, com dinheiro suficiente para o pão, entrei em casa e falei com toda moral: – Pronto. Pode deixar. Eu vou comprar o pão.

– Ah… É? O dinheiro caiu do céu? Já conheço esse papo furado.

E o pior é que ela conhece mesmo. Vez por outra ela me prega uma, sem saber que está pregando. Acho que já lhe falei do dia em que eu estava na rua e quando cheguei a casa, ela estava fazendo limpeza. E nesses momentos ela fica irritada, e quem paga o pato? Quando entrei, ela gritou lá do quarto:

– Não venha pra cá não. Eu estou fazendo limpeza e estou pegando tudo que é porcaria velha e jogando no lixo.

Cara, eu dei um pulo pra trás e saí correndo. Pense nisso.

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