Jessé Souza

Provolone camarao e biscoito 5233

Provolone, camarão e biscoito

A semana que se passou foi célebre por propiciar ao povo brasileiro cenas que mais pareciam de um filme de comédia do que notícias policiais protagonizadas por políticos presos por corrupção. As imagens partiram de políticos do Rio de Janeiro, Estado que foi à falência por causa da corrupção endêmica que fizeram secar os cofres públicos.

Dois dos personagens são ex-governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho, que estão presos. O primeiro teve alimentação apreendida que seria usada em um banquete em sua cela, regado a camarão. O segundo simulou agressão dentro de sua cela para tentar se livrar da prisão, como já fez outras vezes – e com sucesso – como se fosse uma criança birrenta.

O outro personagem foi o deputado federal Celso Jacob, flagrado com comida na cueca, tentando burlar a revista da cadeia. Não queria deixar de se deleitar com queijo provolone e biscoito, assim como se empanturrou superfaturando a construção de uma creche, ou seja, desviando dinheiro das criancinhas.

Antes agindo graças à impunidade a que eram acostumados, agora não querem assemelhar-se a presos normais, como se houvesse uma aura a diferenciar quem sai das páginas da Editoria de Política para as páginas policiais dos jornais. Até na cadeia eles creem no privilégio e tentam zombar do povo, jamais querendo perder a pose e a influência.

É por isso que o Rio de Janeiro chegou ao fundo do poço, onde servidor público paga o pato, passando fome e submetido a privações porque não conseguem receber seus salários. A exemplo de Roraima, vários outros estados não estão livres de enfrentarem situação semelhante, caso a corrupção não seja freada e contida.

Por aqui, nem o duodécimo o governo consegue repassar em dia, com sérios riscos de não ter dinheiro para pagar o funcionalismo público. Os hospitais estão em situação crítica, as empresas prestadoras de serviço não recebem mais e a crise se agrava em vários setores. Mas o banquete não cessa na mesa farta de quem crer na impunidade e se lambuza com o bem público. É a política do provolone com camarão que por aqui nunca cessa.

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