Parabólica

Parabolica 31 08 2017 4687

Bom dia,José Roberto Guzzo é um experiente e erudito jornalista que escreve na última página da revista Veja. Noutro dia, Guzzo resolveu trazer à discussão a democracia no Brasil citando várias mazelas na República tupiniquim, existentes no funcionamento e nas funções dos poderes e órgãos do Estado, e das instituições, mesmo privadas, no país. Dentre tantos questionamentos, o jornalista indagou se pode ser considerado democrático um país que convive quase passivamente com a morte de mais 60.000 pessoas por motivo de violência, em suas mais variadas formas.

Os números trazidos por Guzzo mostram que a cada 10 anos são mortos por conta da violência um número de pessoas (600.000) equivalente a um contingente maior que a atual população roraimense. Nem os países em conflitos étnicos ou políticos apresentam um quadro tão trágico de violência praticada contra seus cidadãos, abrangendo pessoas de todas as idades e classes sociais. O mais assustador nesse cenário é a falta de reação do Estado e da sociedade brasileira, que ano atrás de ano assiste passivamente o nível de violência aumentar continuadamente. Algum leitor se lembra de alguma medida do Governo Federal e ou dos governos estaduais para enfrentar esse ambiente de carnificina humana?TRÁGICOSA decisão de abordar o tema violência hoje aqui, na Parabólica, foi motivada pelo brutal assassinato de um economista, dentro de sua casa, à plena luz do dia, morto com 19 facadas desferidas por bandidos adultos e adolescentes. Outro crime ainda mais horrendo foi aquele cometido contra uma jovem manicure, que teve a língua cortada e o pescoço decepado, numa selvageria que foi coroada com o envio de fotos do cadáver à família, pelos autores da barbaridade, possivelmente ligados a uma facção criminosa inimiga de outra organização criminosa, da qual pertenceria o companheiro da vítima.PAVORNoutro dia, um profissional que trabalha na assistência de pessoas vitimizadas atendeu a uma jovem que acabara de escapar de uma tentativa de assassinato. Transtornada, tomada de pavor, a jovem mulher disse ao profissional: “Doutor, eu não sei mais o que posso fazer. Estou sendo assediada por duas facções criminosas rivais; se entro numa, a outra manda me matar, e vice-versa. E se decido não participar de nenhuma, as duas facções vão tentar me matar, pois sabem tudo de mim. Me ajude, pelo amor de Deus, eu não quero morrer”, desabafou a desesperada jovem. À Parabólica, o profissional confessou ter ficado sem responder.COLHEITA 1Começa amanhã a 5ª edição da Colheita da Soja de 2017, com a abertura oficial. Serão dois dias de evento. No dia 1º de setembro, amanhã, no auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o evento contará com palestras técnicas a partir das 19h. O primeiro tema, “Mudança Climática Antropogênica – Norteando Interesses Geopolíticos Contra o Brasil”, terá como palestrante Ricardo Augusto Felício. Formado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP), é mestre em Meteorologia Antártica e Satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e doutor em Climatologia Antártica pela Universidade de São Paulo. Ricardo já participou de duas missões à Antártida e atualmente é professor de Climatologia do Departamento de Geografia daquela universidade paulista.COHEITA 2O segundo tema a ser abordado amanhã no CAF será “Mercado”. O palestrante será o analista de mercado Miguel Biegai Júnior. Com 18 anos de atuação em Análise Agroeconômica e Mercado Futuro de Commodities, Biegai trabalha e vive em Genebra (Suíça). Lá é responsável pela área de montagem de estruturas de proteção de preços utilizando mercados futuros. Também trabalha com análise gráfica de mercado de commodities. Tem igualmente experiência de operação em mesas de negociação no Brasil, Estados Unidos da América e Europa. Os participantes poderão fazer pergunta a ambos os palestrantes.COLHEITA 3A programação da Colheita da Soja de 2017 será encerrada no dia 02 de setembro com um dia de campo na fazenda Tucumã, região do Taiano (Alto Alegre), região oeste de Roraima (77 km de Boa Vista), de propriedade de Geraldo Falavinha. A programação será iniciada a partir das 09h com café da manhã, para o público e convidados. Os agricultores farão o balanço sobre a produção de soja e outros grãos em 2017. Ainda discutirão sobre o desenvolvimento econômico do Estado e da importância do agronegócio. Ao meio-dia será dada oficialmente a largada da Colheita da Soja no Cerrado de Roraima. Após, haverá almoço e o show musical com uma dupla sertaneja.BOLA FORAÉ claro, a prefeita Teresa Surita (PMDB) tem todo o direito de tentar consertar o estrago político causado pelo anúncio de que o Governo Federal, através da Prefeitura Municipal de Boa Vista, iria pagar aluguel social para migrantes venezuelanos espalhados por todos os cantos da Capital. A ideia de jerico foi gestada naquela reunião politiqueira realizada no Palácio do Planalto, naquela segunda-feira, 21, com a presença de nove ministros e do notório senador Romero Jucá (PMDB). Deu errado e agora, depois de outra reunião, a prefeita tenta responsabilizar a imprensa e seus adversários por ter interpretado mal o anúncio da fatídica medida. Não é verdade, foi a própria prefeita que até anunciou o valor do aluguel a ser pago.