Parabólica

Parabolica 29 06 2017 4304

Bom dia!No meio de tanta sujeira sendo revelada sobre o comportamento das mais altas autoridades políticas do Brasil, não custa parar um pouquinho para refletir um pouquinho sobre o cotidiano das pessoas comum deste país estraçalhado moralmente e entregue a violência diária, não só nas ruas e avenidas de nossas cidades, mas também dentro do nosso ambiente de trabalho e das nossas residências. Por isso, vamos relembrar aquele assalto praticado contra uma senhora de 58 anos, dona de um pequeno estabelecimento comercial, esfaqueada ao reagir à decisão do meliante de levar o dinheiro apurado.

E o que levaria uma mulher, quase na terceira idade, a encher-se de coragem para enfrentar um marmanjo, mais forte, jovem, e com uma faca na mão. É claro, a motivação para uma coragem quase suicida atende pelo nome de desespero. Quem vive trabalhando para sustentar a si e à família sabe que está cada dia mais difícil continuar sobrevivendo com a concorrência dos grandes supermercados, que podem comprar em larga escala a preços bem mais reduzidos, e por isso, praticam preços ao consumidor que estão fora do alcance dos pequenos.

Assim, ao imaginar perder a receita do dia, que mal dá para pagar os custos, indefesa pela omissão do poder público que não consegue manter a segurança do cidadão, mas que lhe proíbe de ter armas de fogo para sua própria defesa, aquela senhora quase idosa toma toda a coragem do mundo e sai em defesa de seu pequeno patrimônio. Pobres brasileiros e brasileiras.BRASIL 1Noutro dia, e falamos disso aqui na Parabólica, esse incrível e infeliz país chamado Brasil convive com práticas absolutamente absurdas e imorais. Foi assim quando o presidente Michel Temer (PMDB), já réu num processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nomeou dois ministros que iriam votar no processo a que ele respondia. Na época dissemos, e voltamos a repetir: é como se um réu indicasse seus próprios jurados. E não deu outra, no final do julgamento, Temer foi absolvido e teve seu mandato preservado. O placar foi de 4 a 3, exatamente contados os dois votos dos ministros nomeados pelo réu.BRASIL 2Ontem, a história se repetiu, e mais uma vez para beneficiar o presidente Michel Temer, agora todo enrolado pela denúncia feita contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A história é a seguinte: o mandato do atual procurador-geral termina em meados de setembro, e por causa disso, na forma da lei, os procuradores de todo o Brasil votaram uma lista tríplice, para que o Presidente da República escolhesse um dos nomes para suceder Janot. Contrariando uma tradição vinda desde 2003, Temer ignorou o nome dos mais votados, Nicolao Dino (próximo do atual procurador-geral), e anunciou a escolha de Raquel Dodge, que segundo a imprensa nacional é muito próxima da cúpula do PMDB, atolada até o pescoço no lamaçal revelado pela Lava Jato. Poder ser legal, mas é imoral. IMPEACHMENT 1Quem apostou no aprofundamento da crise entre a governadora Suely Campos (PP) e o G-14 errou feio. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada por unanimidade, de jeito que o governo queria, inclusive, com o limite de 20% sobre o total para que a governadora possa modificar o orçamento no próximo ano por Decreto, sem precisar ouvir a Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Não custa lembrar que ano que vem é de eleições e, pelos números preliminares a governadora poderá remanejar, por anulação de despesas, ou por excesso de arrecadação, mais R$ 600 milhões. Por Decreto.IMPEACHMENT 2O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado estadual Jalser Renier (SD), anda desconversando quando indagado se vai aceitar, ou não, o pedido de impeachment da governadora Suely Campos protocolado faz mais de 15 dias, pelo deputado estadual Jorge Everton (PMDB), que pertence ao G-14. Ele alega que vai encaminhar o pedido para prévia análise pelo setor jurídico da ALE, para só então decidir. IMPEACHMENT 3Sobre a aceitação, ou não, de pedido de impeachment contra a governadora Suely Campos, pelo presidente da ALE, Jalser Renier, a Parabólica tem um palpite sobre o destino daquele pedido: ele vai para o arquivo redondo, ou seja, o lixo. Nossas poderosas antenas captaram vários sinais saídos de reuniões da governadora com deputados da base aliada e a parte do G-14, inclusive com a presença do presidente da ALE, que indicam fortes indícios de entendimentos que vão apaziguar os ânimos entre os dois poderes. O tempo vai dizer se estamos certos.ELEIÇÕESAinda é muito cedo para fazer previsões sobre os acordos e coligações para as eleições de 2018, mas quase todo o mundo político roraimense já trabalha com um cenário de polarização entre as candidaturas da governadora Suely Campos (à reeleição) e da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB). E nesse cenário, fontes da Coluna dizem que esse início de entendimento entre a governadora e a maioria do G-14 pode evoluir para a formação de um grupão, capaz de sair forte para o pleito do próximo ano.