Parabólica

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Bom dia,

O economista Paulo Rabello de Castro, candidato à Presidência da República pelo PSC, visitou ontem a redação da Folha. Acompanhado pelo ex-deputado federal Frankemberg Costa, o presidenciável falou por mais de uma hora sobre seus projetos para o Brasil, e também quis saber de detalhes sobre a situação de Roraima. De posse de uma pequena agenda vermelha, Rabello de Castro anotava cada detalhe sobre a questão energética, indígena, ambiental, e demonstrou-se surpreso ao saber da existência jurídica da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Boa Vista, que ele acredita ser instrumento fortíssimo para promover o desenvolvimento de algumas cidades brasileiras.

Pela sua formação técnica e acadêmica (ele é doutor em economia), experiência empresarial e como dirigente no serviço público – foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) –, Paulo Rabello de Castro é, ao lado de Henrique Meirelles (MDB), um dos dois mais preparados dos candidatos à Presidência entre aqueles que até agora foram apresentados. É muito agradável e alentador saber que um postulante ao Palácio do Planalto nas próximas eleições foge um pouco do modelo tradicional do mundo político tupiniquim, povoado de politiqueiros profissionais sem qualquer projeto para o país.

Por razões diferentes, a possibilidade de um candidato com o preparo e as credenciais de Paulo Rabello, e Henrique Meirelles, de chegar à Presidência da República nas próximas eleições é muito pequena. O partido do primeiro, o PSC, é nanico quando comparado as outras agremiações brasileiras, tem tempo de Rádio e TV no horário eleitoral gratuito de apenas 19 segundos; e a parte que lhe cabe no fundão, criado com dinheiro público para financiar as campanhas eleitorais, é mínima. Por fim, Rabello não tem fortuna pessoal, e no leilão para compra de outras siglas que poderiam lhe dar mais tempo de Rádio e TV, ele é carta fora do baralho.

A situação de Henrique Meirelles é um pouco diferente, afinal seu partido, o MDB, tem um dos maiores tempos no horário gratuito de Rádio e TV; possui capilaridade eleitoral em todo o país; e o próprio candidato tem dinheiro próprio para bancar sua campanha, e ele até já anunciou que vai dispensar o dinheiro público que lhe seria destinado. E por que a eleição de Meirelles é quase tão difícil quanto a de Paulo Rabello? Pela simples razão de que seu partido é uma aglomeração de políticos fisiológicos, sem doutrina aparente e tomada por interesses paroquiais e pessoais. Enfim, o MDB não apoia o candidato do MDB. Entendeu, caro leitor?

PT Fontes, muito bem credenciadas no Partido dos Trabalhadores, informaram à Parabólica que, por decisão da Secretaria Nacional de Mobilização, o PT desembarcou da candidatura à reeleição da governadora Suely Campos (Progressistas) e vai subir no palanque do senador Telmário Mota (PTB). Essas mesmas fontes garantem que apesar da vontade dos principais dirigentes estaduais do PT, entre eles o presidente regional, o deputado Evangelista Siqueira, e o ex-deputado estadual Titonho Beserra, a decisão é de caráter definitivo. Se houver resistência é cogitada inclusive uma intervenção na direção regional petista. É mais imbróglio para ser desmanchado pelos coordenadores da campanha da governadora.

TEMPO A eventual saída do Partido dos Trabalhadores da coligação majoritária que apoiaria a reeleição da governadora Suely Campos vai ter como consequência um recálculo dos tempos da propaganda gratuita de Rádio e TV, que já vinham sendo feitos pelos coordenadores das campanhas. Segundo um curioso nessa área, o senador Telmário Mota, que vinha tendo dificuldade de tempo para expor suas propostas, passaria a ter o segundo maior tempo dentre todos os candidatos, só perdendo neste quesito para a candidatura do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB), que conta com o apoio do MDB. Esses dois partidos de uma boa fatia do tempo destinado às campanhas.

GRANA Por trás do anúncio, feito ontem (quinta-feira), em Brasília, do apoio do chamado centrão à candidatura do ex-governador, o tucano paulista Geraldo Alckmin, está uma montanha de dinheiro público. Especialistas ouvidos pela Parabólica estimam que somadas as parcelas do fundão eleitoral de cada um daqueles partidos, destinadas ao financiamento da campanha presidencial, a campanha de Alckmin passa a contar com algo em torno de meio bilhão (R$ 500 milhões) de dinheiro público. É o nosso suor, expresso sob a forma de pagamento de impostos, servido para evitar qualquer possibilidade de renovação política no país.

DESISTIU Fontes da Parabólica garantem que a candidatura ao governo do estado, do pastor e empresário do ramo educacional, Douglas Alves, virou Viúva Porcina; aquela que foi, sem nunca ter sido. O Avante, partido que abrigava a pré-candidatura de Alves, que chegou até marcar a convenção para selar a escolha, decidiu, por mero pragmatismo, abandonar a candidatura própria ao governo para aderir ao projeto governamental do empresário Antônio Denarium. Apesar de empreendedor bem-sucedido na área educacional, Douglas Alves não dispõe de recursos próprios para bancar uma campanha de governador. Logo…

AGRAVAMENTO Esta é para refletir neste final de semana. Há quase um consenso entre técnicos, empresários e servidores públicos de que a situação, especialmente, em Boa Vista, tende a ficar mais grave devido à migração de venezuelanos, que continua muito grande. E as autoridades federais parecem não se dar conta disso. Que fazer?

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