Parabólica

Parabolica 26 04 2018 6086

Bom dia,

O rei está nu, diz uma velha expressão popular quando alguém tem desnudadas certas coisas que são capazes de revelar a natureza e o caráter de certo tipo de gente. Ontem, dissemos daqui da Parabólica, que o povo de Roraima ainda não tem uma história coletiva e um convívio capaz de cimentar uma cultura minimamente singular. Somos uma sociedade formada por mosaicos sócio-culturais derivados da forte influência da migração intensa para o estado, especialmente após a segunda metade dos anos 70 do século XX. Essa característica não é de todo mal, e pode ser que daqui a algumas décadas possamos ser uma sociedade homogênea do ponto de vista sócio-cultural, baseada em valores éticos e morais que nos una e nos individualize enquanto povo. Isto é, que tenhamos uma identidade.

Acontece que nesse período necessário, para que seja sedimentado entre nós, valores históricos, culturais, éticos e morais que nos transforme num povo unido por esses laços, a sociedade roraimense, ainda em formação, é fragilizada pela presença de um grande número de aventureiros, oportunistas e espertalhões que se infiltram nesse tecido social em formação, e muitas vezes conseguem conquistar espaços que nunca conseguiriam se a sociedade local fosse munida de filtros para separar o alho dos bugalhos. Esses bugalhos se encontram infiltrados na política, na imprensa, nos negócios e na vida social local.

Essa gente desprezível sabe que se for coloca à luz da consciência coletiva perderão espaços para continuarem enganando e mentindo. E como toda corporação de interesses comuns, eles se unem para evitar a exposição de suas enganações. É sob essa ótica que deve ser olhada a reação irada de gente que usa as redes sociais – muitos deles são pagos por políticos que se beneficiam com suas presenças na internet-, para distorcer as posições de quem tem a coragem de falar a verdade e expor as feridas dessa nossa sociedade roraimense ainda em formação.

PALANQUE

Fontes da Parabólica garantem que o palanque do ex-governador José de Anchieta Júnior (PSDB), no que diz respeito às candidaturas ao Senado Federal, está completo e terá a participação do notório senador Romero Jucá (PMDB) e do ex-deputado federal Luciano Castro (PR). Embora seja dada como certa a coligação do PSDB com o Democrata, do deputado federal Abel Galinha, parece que nesse palanque não haverá espaço para a candidatura ao Senado do ex-governador Chico Rodrigues, que se não mudou de sigla deverá ser acomodado numa vaga para disputar a Câmara Federal. Aliás, os negociadores da coligação partidária que vai abrigar Anchieta Júnior estão inclinados a fazer um grupão para a disputa de deputado federal.

VICE

As mesmas fontes da Parabólica dizem que, diferentemente dos boatos de bastidores, a indicação do vice de Anchieta Júnior não será da prefeita Teresa Surita (PMDB), e muito menos do notório senador Romero Jucá. Anchieta não toca muito nesse assunto, mas correligionários dele dizem que seu principal interlocutor para a indicação do vice será o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade). E não será surpresa se a escolha recair sobre um dos 12 deputados estaduais que compõem a base de sustentação de Jalser na ALE. O ex-governador quer solidificar o apoio de Jalser, que ele considera fundamental para sua campanha.

NOMES

Se o vice na chapa de Anchieta Júnior sair mesmo do interior da Assembleia Legislativa, pelo menos três parlamentares estarão fora de cogitação: Jorge Everton (PMDB), Marcelo Cabral (PMDB) e Masamy Eda (PSD) por serem umbilicalmente ligados a Romero Jucá. E por eliminação, observadores da cena política roraimense dizem que alternativas ficarão restritas concretamente a cerca de três nomes, mas não quis antecipar tais nomes para a Coluna. Como muita água vai rolar até junho, mês das convenções, a prudência manda que se aguarde.

DE IMEDIATO

A governadora Suely Campos (Progressistas) protocolou, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso pedindo que a ministra Rosa Weber reconsidere seu despacho de mandar que a questão do fechamento temporário da fronteira com a Venezuela, pedida em Ação Cível Ordinária, interposta pelo Estado seja encaminhada para uma câmara de conciliação, cuja maioria dos membros é de gente do Governo Federal. A governadora quer que a ministra decida imediatamente para obrigar que a União Federal assuma imediatamente o controle policial e sanitário na fronteira, além de repassar recursos ao estado para fazer frente às demandas sociais da população migrante.

RECUSA

No pedido formulado a ministra Rosa Weber, a governadora Suely Campos acusa o Governo Federal de se recusar participar da câmara de conciliação, mesmo diante do fato de que é maioria no colegiado. De fato, as ações do Governo Federal no enfrentamento da questão migratória são flagrantemente insuficientes para o enfrentamento do problema, que continua a se agravar diariamente. Também o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, decidiu entrar com um pedido para que seu município seja parceiro do Estado na ação ingressada pelo Estado. E mais outros prefeitos, cujos municípios já sentem os efeitos da migração, pensam seguir o mesmo caminho. Ufa! Enfim. Alguém se une pelo bem de Roraima. 

IMPEDIR

Além de não julgarem os canalhas que roubaram a Petrobras e as empresas do setor elétrico federal, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram de alguma forma desmoralizar a atuação do juiz federal Sérgio Moro. E fizeram isso retirando, na prática, os outros processos a que responde o ex-presidente Lula da Silva (PT) da jurisdição da Justiça Federal do Paraná, isto é, de Moro.