Parabólica

Parabolica 23 01 2018 5532

Bom dia,

Nos anos 70 do século XX, numa eleição municipal de Belém, capital do Pará, o conhecido marginal que alternava tempos na prisão e outros de liberdade, decidiu disputar -naquele tempo não tinha Lei da Ficha Limpa- uma das vagas à Câmara de Vereadores. O apelido do marginal era Pirão, e o lema de sua campanha fez maior sucesso entre os anarquistas de então: “Ladrão por ladrão, vote no Pirão”. Felizmente, apesar de ter recebido milhares de votos ele não conseguiu virar vereador, muito embora outros bandidos de “colarinho branco” sempre foram presença constante nas casas legislativas brasileiras.

O leitor deve estar se indagando a razão da Parabólica estar relembrando um fato político acontecido faz quase 50 anos. A razão vem a propósito de um ouvinte que ligou para o programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, de domingo passado, para dizer que seria eleitor de Jair Bolsonaro para presidente, e na escolha para o governo citou o nome de um dos pré-candidatos justificando que votaria nele a partir do seguinte argumento: “ladrão por ladrão voto no…”

Pois bem, além disso, não é raro ouvir de determinado segmento de eleitores expressões indicadoras de sua intenção de voto em candidatos flagrantemente envolvidos em atos de corrupção, às vezes, tangenciando o deboche. A justificativa que sustenta essa inclinação é de que esses canalhas “são um mal necessário”. A primeira coisa questão que se deve indagar dessa gente, que é cúmplice pela crise moral do país, é: existe mal necessário? Mal é mal, sendo espantoso que alguém vote no mal, e ainda encontre necessidade de alimentar a necessidade desse mal. O bom é que sempre será necessário e imprescindível.

Não é animador saber que o período eleitoral mal começou, e já é descortinado um cenário em que entre ladrões será eleito o ladrão menos mal, assim como a opção de destinar voto para o “mal necessário”. Pobre Estado de Roraima, cuja alguma parte do eleitorado não está preocupada em escolher o político do bem, que seja probo. Dá vontade de chorar. Tomara que tal segmento seja minoritário, e que essa gente possa mudar esta forma enviesada de pensar sobre nosso futuro.

INQUÉRITO CIVILA promotora de Justiça, Jeanne Sampaio, Titular da PROSAUDE da Comarca de Boa Vista, determinou a abertura de Inquérito Civil Público, com o objetivo de apurar a falta de neurocirurgiões no Hospital da Criança Santo Antônio, que pertencente à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). Tomara que essa apuração chegue a um ponto final, faz muito tempo que daqui da Parabólica temos anunciado a abertura desses processos, mas quase nunca sabemos a que conclusão dos mesmos. No caso específico, não é raro ouvir queixas da população sobre deficiências no atendimento naquele hospital infantil.

NÃO SERÁ?Os adversários, e até mesmo alguns aliados da governadora Suely Campos (PP), andam dizendo que ela desistirá de concorrer ao governo em virtude da séria crise orçamentária e financeira que se abateu sobre o Estado. Não é o que diz uma fonte da Parabólica bem situada no Palácio Senador Hélio Campos. “A governadora não admite a hipótese de não concorrer a mais um mandato. Ela tem trabalho para mostrar, apesar do gigantesco esquema montado para prejudicar Roraima através do Governo Federal. Tudo isso vai ser mostrado na campanha eleitoral. Com humildade ela vai mostrar aos roraimenses que sempre fez o possível para fazer as coisas acontecerem”, disse a fonte.

NÃO SAIRÁA mesma fonte da Coluna afirma que a governadora Suely Campos não sairá do PP e que disputará a eleição pela legenda a qual está filiada faz mais de duas décadas. Lembrada das declarações do deputado federal Hiran Gonçalves, que preside o PP em Roraima, indicando que a governadora teria a legenda para disputar a reeleição, mas que ela não contaria com o apoio dele, a fonte disse: “a governadora não pode abrir mão da identidade que ela, e seu grupo político, têm com o partido, e seu número 11. Com certeza, vai ser negociada uma forma de preservar o espaço de cada um, sem comprometer a campanha. O deputado Hiran, por exemplo, poderá dar as cartas quanto às eleições proporcionais, enquanto a governadora seria a responsável pela montagem do palanque nas eleições majoritárias (Governo e Senado Federal)”, disse.

CANDIDATÍSSIMOÀ Parabólica o senador Telmário Mota (PTB) disse no último sábado, 20, que sua candidatura ao governo é irreversível e que ele já está agindo como pré-candidato na montagem de uma equipe capaz de estar presente em todo o estado. “Eu cheguei a oferecer o partido para que se viabilizasse uma candidatura vinda dos empresários rurais. O nome do empresário Aniceto Wanderley, que pertence ao meu partido surgiu como de consenso, mas depois de pensar algum tempo ele disse que ficaria cuidando de seus negócios. Diante disso, conversei com minha base e decidimos enfrentar o desafio. Eles têm muito dinheiro, mas eu não tenho preguiça de andar, e adora estar no meio do povo”, contou.

VETARÁA governadora Suely Campos tem até o dia de hoje, terça-feira, para sancionar a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2018. Tudo indica que ela vetará todas as emendas feitas pelos deputados estaduais, que resultem em transferências aos demais poderes e órgãos, acima do teto fixado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que é de 4,5%. A grana está muito curta, e ainda restam resíduos de duodécimos não transferidos do orçamento de 2017.