Parabólica

Parabolica 21 08 2017 4620

Bom dia,Uma notícia, aparentemente despretensiosa, traduz bem a forma como os políticos tratam o dinheiro público. Estamos nos referindo a história de dois jatinhos Lear Jet de propriedade do Governo Estadual que viraram sucatas em Brasília e Belo Horizonte, e que custaram milhões de reais ao contribuinte roraimense. O primeiro, um Lear Jet 35, foi comprado pelo então governador Ottomar Pinto para levá-lo em viagens pelo Brasil e pelo Mundo. Esta aeronave também foi utilizada pelo ex-governador Neudo Campos durante seus dois mandatos à frente do governo de Roraima.

Essas aeronaves, se realizadas sua necessária e periódica manutenção, são equipamentos que podem durar mais de vinte anos, cumprindo normalmente sua função com segurança. Mesmo assim, quando José de Anchieta Júnior (PSDB) assumiu o governo com a morte de Ottomar Pinto em 2007, o novo governador entendeu que o jatinho governamental já estava ultrapassado, e decidiu comprar uma nova versão do modelo, o Lear Jet 55, pelo valor aproximado de US$ 15 milhões – quase R$ 50 milhões, a preços de hoje-, para também utilizá-lo em viagens nacionais e internacionais. A utilização indevida desse jatinho é hoje cobrada do ex-governador que mandou buscar um artista no Rio de Janeiro para cantar na festa de aniversário de sua então esposa.

Os dois jatinhos foram mandados a hangares de Brasília e Belo Horizonte, ainda no governo de Anchieta Júnior, para manutenção de rotina, e de lá nunca mais saíram por falta de pagamentos aos fornecedores. Quando assumiu o governo no lugar de Anchieta, o então governador Chico Rodrigues anunciou com estardalhaço que venderia as duas aeronaves através de leilão para pagar as despesas com os fornecedores e ressarcir pelo menos uma parte do rombo de milhões de reais que suas compras causaram aos cofres públicos estaduais. Passou quase um ano no governo e nada fez. Os jatinhos continuaram abandonados, as despesas com os hangares continuaram crescendo e eles viraram quase sucatas.

A mesma promessa fez a governadora Suely Campos (PP) no início de seu governo e, após mais da metade de seu mandato, nenhuma solução foi dada para o caso. Como consequência, as dívidas com fornecedores aumentaram mais ainda, os dois jatinhos viraram sucatas, e hoje, vendidos por quilos para reciclagem o valor arrecadado não paga nem 5% das despesas que eles geraram. Milhões de reais escoaram pelos dutos da dificuldade dos governantes de gerirem o patrimônio público.

E no caso do Lear Jet 55, comprado no governo de Anchieta Júnior, a atual administração estadual e o Ministério Público Estadual (MPE) até hoje não deram seguimento às suspeitas levantadas até pela Polícia Federal norte-americana, o FBI, de que foi praticado superfaturamento quando de sua compra.ROMBOSegundo levantamento da revista Veja, da semana passada, o custo dispendido pelo Palácio do Planalto para mandar o arquivo temporário do pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Câmara dos Deputados autorizasse o seguimento da denúncia feita pelo procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva custou a bagatela de R$ 15 bilhões. Este número está bem próximo dos R$ 20 bilhões, que o governo vai pedir ao Congresso Nacional para ampliar o déficit primário para o exercício fiscal de 2017. Tudo isso nas barbas da opinião pública que permanece estranhamente apática diante de tudo isso.INDEPENDENTEComo você pode ler hoje nas páginas da Folha, o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB) confirmou ontem, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, que é pré-candidato ao Senado Federal no próximo ano. Embora ele já tivesse manifestado essa decisão anteriormente, a novidade foi sua afirmação de que a tendência de seu grupo é apoiar a reeleição da governadora Suely Campos, mas que correligionários seus aventam a possibilidade de que sua candidatura, se concretizada, possa assumir uma posição de independência em relação às candidaturas ao Governo Estadual.MOEDASNuma pequena passagem de vista pelas redes sociais, é possível encontrar uma das razões que fazem assumir as moedas metálicas de circulação. Além do tradicional uso de cofrinhos por poupadores eventuais, uma nova forma de retenção dessas moedas é devida aos que desejam ganhar alguma grana com a prática. É comum você encontrar em algumas redes sociais -que estão se transformando plataformas para anúncios comerciais- a oferta dessas moedas divisionárias mediante o pagamento de uma comissão que varia de 5% a 10%. De fato, a crise aguça a criatividade dos mais espertos.CRISEOs militares já começaram a reagir ao anúncio do Governo Federal de cortar 45% do orçamento das Forças Armadas. Na semana passada, o comandante militar da Amazônia, general de exército Geraldo Miotto, disse que os recursos disponíveis para sua unidade militar só são suficientes para pagar as despesas até o final deste mês de agosto. Se não houver descontingenciamento do orçamento haverá sérios prejuízos, inclusive, ao sistema de defesa da Amazônia. E será que não é isso mesmo que essa gente quer?AUTUAÇÃOA Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças (SEPF) da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) autuou três órgãos federais: Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (CREA) e Caixa Econômica Federal (CEF). O motivo da autuação e aplicação de multas foi a falta de zelo com terrenos de propriedade dessas instituições na área urbana de Boa Vista. Eles foram considerados “sujos” pela PMBV.