Parabólica

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Bom dia,

Quase toda semana a imprensa publica decisões da Justiça, ou simples andamento de processos investigatórios contra políticos investidos com mandato parlamentar que saquearam o dinheiro público. Alguns deles respondem a mais de uma dezena de investigações, já tornados réus em alguns processos. Após mais de quatro anos de deflagração da Operação Lava Jato, só agora os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram, e já suspenderam, o julgamento do primeiro parlamentar, um deputado federal de Santa Catarina, dos mais de 100, cujos processos tramitam nessa Suprema Corte. E já estamos a menos de 60 dias do início das convenções dos partidos que vão indicar seus candidatos às eleições de outubro.

É materialmente impossível que o Supremo venha julgar algum parlamentar até as próximas eleições. Não o fez em mais de quatro anos, por que faria em menos de 60 dias. A consequência terrível dessa letargia dos ministros da Suprema Corte é que todos esses parlamentares envolvidos com a roubalheira de dinheiro público poderão ser candidatos nas próximas eleições, e serão numa posição privilegiada em relação a outros candidatos, afinal, como roubaram estão com os bolsos cheios de dinheiro ganho irregularmente. Alguns presidem partidos, e mesmo respondendo a processos por corrupção, serão eles que distribuirão os fundos eleitorais bilionários abastecidos com dinheiro público. Estranho, e um tanto incompreensível, este país chamado Brasil.

QUASE TODOSLevantamento realizado pela imprensa nacional junto ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados indica que 99% dos parlamentares denunciados por corrupção e que respondem a processos no STF disputarão as próximas eleições. Eles são Ficha Limpa, do ponto de vista da legislação eleitoral, pois não têm condenação em segunda instância. Se reeleitos vão, com certeza, aprovar leis que os mantenham fora do alcance da lei. E não é improvável que logrem reeleição, afinal, boa parte da população brasileira sequer está preocupada com valores éticos e morais, prefere a tal história do mal necessário. Como se mal fosse necessário. Mal é mal. E pronto.

PREFERIDOO notório senador Romero Jucá (MDB) era o preferido, por razões óbvias, do Palácio do Planalto para ser o relator na Comissão Mista do Congresso Nacional que vai discutir e votar o orçamento da União para o próximo exercício de 2019. Por conhecê-lo e para evitar que ele acumulasse mais uma função importante nesses tempos de governo Michel Temer (MDB), seus próprios companheiros de partido avisaram ao Planalto que não aceitam sua indicação. Preferem outro integrante do partido que tenha menos apetite pelo poder. Será que Temer vai insistir?

ESPERADOO anúncio do PRB, publicado ontem, de que não apoiará a candidatura à reeleição da governadora Suely Campos (Progressistas) não foi surpresa. Faz cerca de um mês, quando entrevistado pela Rádio Folha, o deputado estadual Mecias de Jesus, pré-candidato ao Senado Federal, e presidente estadual da sigla, antecipou de certa forma essa decisão ao dizer que naquela altura o PRB não garantia apoio a Suely Campos. Mecias alegou estar inseguro quanto ao apoio governamental a sua candidatura, depois de ter recebido convite para ser vice na chapa da governadora. E a governadora, em entrevista no último domingo, ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, pareceu estar preparada para a defecção, ao citar Mecias como um dos integrantes de sua base na Assembleia Legislativa, que ainda não tinha explicitado apoio a sua candidatura.

DESTINONa mesma entrevista à Rádio Folha, em que não colocava como certo o apoio à candidatura à reeleição da governadora Suely Campos, o deputado estadual Mecias de Jesus disse que o PRB poderia lançar candidato próprio ao Governo do Estado, e citou como nomes viáveis à disputa o ex-deputado federal Airton Cascavel e de seu filho, o deputado federal Jonathan de Jesus. Também disse ser possível que o PRB viesse a compor outra coligação. Observador político ouvido pela Parabólica disse que já não há mais tempo para que o PRB construa uma candidatura própria ao Governo do Estado e aposta em coligação com outro candidato. E neste caso, o destino mais provável de Mecias é fazer dupla com o pastor Izamar Ramalho (PSL) no palanque do empresário Antônio Denarium (PSL). Os dois, Mecias e Denarium, já teriam conversado sobre o assunto.

IRADILSONO ex-prefeito de Boa Vista, Iradilson Sampaio, que preside o PSB em Roraima, esteve em visita, ontem, à redação da Folha. Veio falar de eleições e disse que depois de ouvir os dirigentes nacionais de seu partido, seus familiares e os muitos correligionários que fez ao longo de sua bem sucedida carreira como político, decidiu ser candidato a deputado federal. Pelo serviço prestado a Roraima como técnico, secretário estadual de Agricultura, delegado federal de Agricultura, deputado estadual dos mais combativos que nossa Assembleia Legislativa já teve e como prefeito de Boa Vista, deve ser um dos mais fortes candidatos à Câmara Federal.

EXPECTATIVAE a grande expectativa do mundo político roraimense hoje é quanto à reação do governo estadual, e da governadora Suely Campos, com resposta à defecção do PRB de sua base de apoio. O partido, segundo fontes da Parabólica, tem forte participação na administração estadual. É esperar para ver, inclusive como se comportará o que resta da base governista na Assembleia Legislativa, inclusive, com a possibilidade de outras defecções.