Parabólica

Parabolica 16 02 2018 5660

Bom dia,

E o presidente Michel Temer (PMDB) parece estar disposto a pelo menos deixar a impressão de que realmente a situação migratória de venezuelanos para Roraima entrou como prioridade nas preocupações do Governo Federal. Ontem, pouco depois das 14h30, ele ligou para a governadora Suely Campos (PP) para dizer que acabara de assinar a Medida Provisória e dois decretos que declaram emergência social em Roraima, que criam o Comitê Federal para o Gerenciamento da Assistência Emergencial. Os detalhes operacionais ainda serão feitos, mas já é um bom começo.

Um detalhe das decisões de Temer chama a atenção. Parece que o Palácio do Planalto já percebeu que aliados de Temer querem a todo custo utilizar-se politiqueiramente das ações do Governo Federal. Talvez por essa razão, desde que começou a falar neste comitê federal, Michel Temer anunciou que a coordenação dos trabalhos seria entregue a um general do Exército Brasileiro, afastando a possibilidade de que alguém queira tirar proveito eleitoreiro de uma conduta antes de tudo humanitária. O que se espera é que este oficial tenha força suficiente para evitar a manipulação, por quem está acostumado a fazer isso.

VICEAs mesmas fontes que dizem estar definida a candidatura de prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, ao Governo do Estado, dizem que o desejo dela é ter como vice um nome saído do meio empresarial. Um desses nomes é o do empresário do setor de educação, Haroldo (Cathedral) Campos, que já cogitou disputar o Senado Federal. Outras fontes da Parabólica dizem que o notório Romero Jucá não gosta muito da ideia. Quer gente mais ligado a ele, e não à prefeita Teresa Surita.

ESTRANHOPolíticos ouvidos pela Parabólica estranham o banzeiro que se criou em torno dessa troca de farpas entre o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Jalser Renier (SD), e a deputada federal Shéridan Oliveira (PSDB). Uma divergência comum entre políticos, que normalmente é resolvida através de conversas, descambou rapidamente para depoimentos na Polícia Federal e comunicação à Presidência da Câmara dos Deputados. O interessante é que os dois políticos sempre tiveram uma convivência harmoniosa. A quem isso interessa?

É POSSÍVEL?Embora seja cada dia mais pública a antipatia mútua entre a prefeita Teresa Surita e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Jalser Renier, tudo indica que a aliança eleitoral dos dois para apoiar a reeleição do notório senador Romero Jucá vai continuar. Jalser não admite apoiar Teresa Surita para o governo, e vice-versa, ela também não esconde que jamais pedirá voto para ele. Mas ambos dizem estar fechados no apoio a Jucá, na sua difícil luta para evitar perder o privilégio de foro. Experientes políticos ouvidos pela Coluna dizem que isso não dá certo.

EXPERIÊNCIAEsses experientes políticos que dizem que nalgum momento haverá uma necessidade de juntar, ou separar de vez, Jalser e Teresa, em torno do notório Romero Jucá, basta lembrar a experiência vivida pelo ex-prefeito Iradilson Sampaio (PSB). Em 2010, ele chamou seus secretários e disse que apoiaria a candidatura de Neudo Campos ao governo, e de Romero Jucá ao Senado Federal. Os dois estavam em palanques diferentes, e amigos do ex-prefeito lhes advertiram de que isso não daria certo. E de fato foi um desastre. Neudo Campos não foi eleito, e guardou ressentimento pelo apoio pela metade; e Jucá, mesmo eleito, fechou as possibilidades de recursos federais para o município.

RECORDEOntem, quem passasse em frente à Superintendência da Polícia Federal ficaria impressionado com a multidão de venezuelanos que faziam filas na busca de regularização de suas permanências no Brasil. É claro, havia uma demanda reprimida por conta do feriadão de Carnaval, mas mesmo assim a cena era assustadora, pois havia seguramente umas duas mil pessoas na fila. Diante de tudo isso, não será fácil, mesmo com apoio do Governo Federal, amenizar o quadro de degradação social que se avizinha.

PRÓPRIOApesar de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter decidido que os candidatos podem financiar as campanhas com dinheiro próprio até o limite de gastos já fixado por estados e cargo disputado, não vai ser fácil para alguns políticos locais se utilizar dessa brecha para realizar uma eleição com muito dinheiro. Tudo porque, nas declarações de imposto de renda deles, não tem muito patrimônio. Nalguns casos, eles aparecem como uns pobretões que vivem sustentados por filhos empresários milionários bem-sucedidos.

SUPREMOTudo indica que a Advocacia Geral da União (AGU) deverá ingressar com ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que sejam aplicados no caso da construção do Linhão de Tucuruí as 19 condicionantes aprovadas quando do julgamento da homologação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol. Entre elas, de autoria do ex-ministro Carlos Alberto Direito, está a não necessidade de consulta à população indígena, quando se tratar de obras de infraestrutura essenciais ao interesse nacional, e que atravessem Terras Indígenas. Pelo menos é o que se pode concluir das palavras do presidente Michel Temer depois de sua visita ao estado.