Parabólica

Parabolica 09 02 2017 3635

Bom dia,O caos que se implantou no Estado do Espírito Santo pode perfeitamente ser estudado como um laboratório para analisar o nosso Brasil velho de guerra. Em primeiro lugar, demonstra que o cinismo não é privilégio dos que fazem política em Brasília, onde um citado por diversas vezes na Operação Lava Jato, Moreira Franco (PMDB), é nomeado ministro para conseguir privilégio de foro, mas o presidente Michel Temer (PMDB) teima em dizer que a nomeação foi apenas porque já o chamavam de ministro. No Espírito Santo, cinicamente os policias militares mandam suas mulheres para frente dos quartéis para “impedi-los” de trabalhar, já que militares não podem fazer greves.

Os capixabas que saqueiam lojas, pela falta de policias militares nas ruas, demonstram que os brasileiros têm enorme predileção para se apropriar da coisa alheia, desde que tenham oportunidade. Esses saqueadores desonestos fazem parte do enorme contingente de gente velhaca que elege a cada eleição os canalhas que vão para Brasília roubar o dinheiro público. E eles fazem sem menor pudor e sem temer punição, afinal, os velhacos de Brasília continuam mandando na política nacional, sem pejo e rindo de quem ainda acredita em virtudes como probidade, e vergonha de fazer o malfeito.

É claro, boa parte do vandalismo no Espírito Santo é produto sem dúvida do esgarçamento do tecido social brasileiro provocado pelo desemprego e concentração de renda no Brasil, que produz uma massa de gente sem ter como sustentar a família, morando em péssimas condições de vida. Mas, é preciso lembrar também que estamos nas últimas décadas engendrando uma sociedade de coitadinhos, onde todos têm direitos garantidos por um Estado falido, e de ninguém é exigido mérito para poder conquistar uma situação melhor no conjunto da sociedade.

A elite esquerdista e populista que aparelhou o Estado brasileiro nas duas últimas décadas, enquanto afagava o grande capital e dele se beneficiava através de um sofisticado e abrangente esquema de corrupção, promoveu um bem urdido projeto ideológico de aversão à propriedade privada, seja dos meios de produção, seja de acumulação do patrimônio particular. Assim, foi se cristalizando na sociedade tupiniquim uma ideia avassaladora de que todos podem se apropriar do alheio, seja das mercadorias exposta numa loja, seja na apropriação do conteúdo de uma carga despejada por conta de um acidente rodoviário, ou mesmo de uma propriedade rural ou urbana.  Triste pátria tupiniquim.AGINDO 1O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse com todas as letras que os senadores Romero Jucá (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB) fazem parte de uma quadrilha. Apesar disso, os dois continuam lépidos e fazendo o papel de manda-chuvas da República. E eles continuam agindo contra o patrimônio público. Renan, por exemplo, no apagar das luzes de sua presidência no Senado Federal, encaminhou para a sanção do presidente Michel Temer a nova Lei Geral de Telecomunicações. Aquela que, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU), vai transferir do patrimônio da União mais de R$ 120 bilhões para meia dúzia de operadoras de telefonia.AGINDO 2Renan Calheiros mandou para o Palácio do Planalto a nova Lei Geral das Telecomunicações, aprovada na calada da noite apenas por uma comissão no Senado Federal, mesmo tendo uma notificação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmem Lúcia, para que fosse paralisada a sua tramitação. E Temer só não vai sancioná-las devido a uma decisão do ministro Luís Roberto Barrosa, que mandou devolvê-la ao Senado Federal. Eles não estão nem aí para a opinião pública. E parece que têm razão.DE NOVOVez por outra, surgem nos bastidores políticos locais notícias dando conta da saída do correto e respeitado professor Emanuel Alves de Moura da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed). Aliados da governadora Suely Campos (PP) quase sempre negam que essa mudança venha a ocorrer, mas esta semana os bochichos sobre a troca no comando da Seed voltaram com toda força.AINDA EXISTE?Quem leu o Diário Oficial do Estado (DOE) Nº 2.937, de 03.02.17, deve ter se surpreendido com a existência de um contrato entre o Governo de Roraima, através da Secretaria de Estado de Educação e Desporto contratava (Seed), e a Companhia Energética de Roraima (CERR), cujo objeto é o fornecimento de energia elétrica para o interior. O prazo de vigência termina no próximo 31.12.17, e o inusitado fica por conta da CERR não ser mais concessionária e se encontrar em processo de extinção.   AUTONOMIADa assessora de Comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Yana Lima, recebemos email que transcrevemos na íntegra: “Em resposta à nota ‘Autonomia’, publicada na coluna Parabólica nesta quarta-feira (8), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) esclarece que continua tendo autonomia orçamentária e financeira. A portaria assinada conjuntamente pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Sesau apenas reorganiza o fluxo interno para análise jurídica dos processos licitatórios. Isso porque, conforme a lei orgânica daquela procuradoria, nenhum órgão da Administração Direta tem autonomia jurídica para analisar os processos licitatórios. Deste modo, todos os processos passam pela análise prévia da Representação da Procuradoria-Geral do Estado (Reproge) na Sesau, que, em seguida, os encaminha para a Coordenadoria-Geral de Assuntos Normativos (Cgan), também na Sesau, coordenação esta que passa a atuar sob a coordenação e orientação técnico-jurídica da Reproge”.