Parabólica

Parabolica 03 10 2017 4895

Bom dia,

A região onde se localiza a Catalunha faz parte do território nacional da Espanha desde 1492, oito anos, portanto, antes da descoberta do território brasileiro por Pedro Álvares Cabral. Apesar disso, os catalães nunca deixaram de falar a língua materna, o catalão, mesmo quando na década de 30 do Século passado, o ditador generalíssimo Francisco Franco proibiu que esse idioma fosse falado pelos habitantes da Catalunha, cuja principal cidade é Barcelona. Com um território de 32.114 Km², população de 7,523 milhões de habitantes (16% da população espanhola) e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 220,0 bilhões, a Catalunha significa hoje cerca de 19% do PIB espanhol. É uma rica região, com industrialização sólida e uma atividade turística que lhe rende muitos bilhões de dólares americanos anualmente.

Depois de mais de cinco séculos como nacionais espanhóis, a Catalunha está em efervescência política porque boa parte da população, e especialmente sua liderança política, não quer mais permanecer como território espanhol. Eles querem declarar criada a República da Catalunha, afinal, têm riqueza, território físico, um povo etnicamente quase homogêneo e uma língua materna que vai ser transformada em idioma oficial. Para chegar a esse nível de reivindicação, os catalães foram sendo progressivamente empoderado, sob a proteção das organizações não governamentais e instituições multilaterais, chegando hoje a dispor de um governo regional com autonomia, que agora decidiu bater de frente com o Estado nacional espanhol.

Nossos leitores devem estar estranhando que este tema esteja sendo tratado aqui, neste espaço, quase sempre dedicado a questões locais de Roraima, mas o que queremos é chamar a atenção para a semelhança entre o caso catalão e, num futuro mediano, a situação de Roraima, cercado por terras indígenas, e suas populações empoderadas; com seus recursos minerais sequestrados pela territorialização imposta pelo aparato ambientalista/indigenista que sequestrou igualmente as estruturas do Estado federal brasileiro; e finalmente com todos os seus acessos blindados igualmente por terras sujeitas ao domínio de forças internacionais que empacotam qualquer possibilidade de desenvolvimento.

LINHÃOE o que tem a ver a privatização da Eletrobrás e a construção do Linhão de Tucuruí? O deputado federal Jhonatan de Jesus (PRB) disse, em entrevista no domingo, dia 1º, na Rádio Folha, que tem tudo a ver. E o raciocínio para chegar a esta conclusão é simples: o Consórcio Transnorte Energia, que ganhou o leilão em 2011 para construir e operar o Linhão de Tucuruí, foi desfeito depois que a empresa privada Alupar Energia decidiu abandoná-lo, restando apenas a estatal Eletronorte, que foi autorizada pelo governo a levar sozinha a empreitada. Acontece que, privatizada a Eletrobrás, o comprador leva de lambuja a Eletronorte, e ninguém garante que a nova empresa aceitará um desafio, especialmente porque sabe que o aparato ambientalista/indigenista é contra o Linhão. Tem toda razão.

NÃO TERÁAliás, o general Franklimberg Freitas, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), disse na cara dos deputados estaduais, inclusive mais de 10 de Roraima, que havia conversado com os Waimiri-Atroari, que pediram mais um tempo para continuar refletindo sobre se concederão, ou não, autorização para a passagem do Linhão de Tucuruí por dentro de seu território. O presidente da autarquia, órgão de terceiro escalão do Governo Federal, mas com força suficiente para dizer não a uma determinação presidencial, disse em alto e bom tom que, se os índios não aceitarem negociar, o assunto está encerrado: nada de Linhão de Tucuruí. E todos ficaram caladinhos, com medo não se sabe do quê.

PALANQUE ELETRÔNICODepois que seus filhos foram alvos de uma operação da Polícia Federal, por determinação judicial, o notório senador Romero Jucá (PMDB) transformou uma emissora de rádio, que no papel pertence a sua filha, em palanque eletrônico para se defender e atacar seus adversários, e até as autoridades que comandam investigação sobre as acusações de que é beneficiário de dinheiro público através de recebimento de propina. As emissoras são concessões de serviços públicos, e não podem, por lei, servir de instrumento de propaganda pessoal e particular. Mas, neste Brasil de canalhas, tudo pode.

ALVOS 1Em entrevista que circula em redes sociais, concedida àquela emissora de rádio na sexta-feira, 29, Jucá chama o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, de imbecil por mais de uma vez. Insinua que um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado e um juiz de execução penal estão prevaricando, e cita igualmente uma juíza federal insinuando igualmente a mesma prática por parte dela. Jucá diz que vai exigir que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal investiguem supostas irregularidades praticadas com recursos do Fundo Penitenciário Federal transferidos ao Governo do Estado de Roraima. No auge da irritação, ele diz que um servidor público – morto oficialmente por afogamento no Rio Anauá – foi assassinado como queima de arquivo.

ALVOS 2Também foram alvos dos ataques de Jucá a governadora Suely Campos, (PP), o ex-governador Neudo Campos e o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB), que já se declarou pré-candidato ao Senado Federal nas eleições de 2018. Ele chegou a dizer que vai mandar monitorar a residência da governadora Suely Campos (PP). Existe algo de estranho em tudo isso.