Opinião

Opiniao 31 12 2016 3455

Balanço de fim-de-ano. O que faço por mim para atingir meus objetivos? – Dra. Elizabeth Zamerul Ally*Chegou a virada do ano e é quase inevitável a gente parar e pensar no que passou no último ano. É o momento de muitos comemorarem os passos que deram em direção à vitória. Mas, o que predominaram as vitórias ou as dificuldades? Para muitos, este autoexame se torna dolorido, especialmente para os que não se consideram bem-sucedidos.

Nada de chorar! Este pode ser um ótimo momento para rever os caminhos, não para se sentir culpado, mas para corrigir roteiros. Se as decisões anteriores não funcionaram bem, mesmo que tenha havido esforço, talvez valha a pena revê-las. Muito trabalho pode não ser o suficiente. Ele precisa ser bem dirigido para escrever uma história de sucesso. Há sempre algo que cada um pode fazer para tornar a realidade mais agradável e satisfatória.

Acontece que viemos de uma cultura que privilegia a passividade e a espera por soluções mágicas. Então, nesta época do ano, videntes, cartomantes, astrólogos, tarólogos e outros oráculos certamente são ainda mais procurados para as previsões e as dicas de como chegar ao sucesso no trabalho, no amor, no dinheiro, etc. Isto não é um problema em si, mas estes profissionais, que muitas vezes são bastante sérios, não oferecem a realização dos sonhos, eles podem indicar caminhos e tendências e levar a reflexões significativas. Mas o sonho sem ação gera infelicidade. Por isto, muitos têm receio enorme de sonhar e não percebem que a causa da infelicidade não está em permitir-se sonhar e sim na falta de coerência entre eles e o próprio comportamento no dia a dia.

De qualquer modo, não se pode matar os sonhos genuínos. Eles nos perseguem durante a vida toda, pedindo reflexões, mudanças, decisões, ações novas… O que muitos fazem é escondê-los no fundo de um baú a sete chaves e depois o cobrem com inúmeras tralhas. Assim, têm a impressão de que conseguiram eliminá-los. Mas eles estão ali e, em algum momento, se impõem ou, como diz a música… voltam a incomodar.

A esperança não é vã e sim um sentimento maravilhoso quando nos dedicamos de corpo e alma para alcançar as metas que nos determinamos. Mesmo que os resultados não tenham sido os desejados, o fim do ano não é o momento do autojulgamento ou da consciência pesada e sim da mudança. Para isto é preciso coragem, que é simplesmente a disposição de superar medos e dificuldades. E ela pede decisões novas. Quais serão as suas para o próximo ano?*Médica psiquiatra, psicoterapeuta, especialista em Dependência Química e Codependência www.dependenciaecodependencia.com.br

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Feliz 2017! Fora Temer! – Jaime Brasil Filho*2016 marcará nossas vidas para sempre. Foi neste ano que as entranhas do que há de pior no Brasil foram expostas.

Vimos aquilo que sabíamos que existia, mas que antes era motivo de vergonha, pois de fato é vergonhoso.

Vimos corruptos protestando contra a corrupção. Um farisaísmo militante que colocou no poder um governo que despreza o povo.

Vimos esse governo desmontar o Estado brasileiro e ameaçar a própria existência da República, na medida em que o tecido social se mostra prestes a se romper diante de tanta desigualdade e injustiça.

Vimos o mau governo condenar à morte a educação e a saúde públicas; roubar os direitos dos trabalhadores; declarar extinta qualquer possibilidade de aposentadoria e pensão dignas, à exceção dos militares.

Ao mesmo tempo, vimos esse governo doar 200 bilhões para as empresas de telefonia, aumentar gastos com publicidade, abrir mão do Pré-Sal. Vimos ele retirar 100 bilhões do BNDES para transferi-lo aos banqueiros e especuladores. Vimos jantares nababescos, tráfico de influência, e escândalos envolvendo o Presidente e seus Ministros de Estado.

Vimos e ouvimos, nos noticiários de todos os dias, cada um dos principais membros da cúpula desse mau governo serem acusados de corrupção que envolvem milhões, derivados de bilhões de contratos fraudulentos. E nada lhes aconteceu.

Vimos o STF passivo à imolação da nossa Constituição.

Vimos o STF capitular diante de joguinhos políticos para manter o Presidente do Senado onde não poderia estar.

Vimos os direitos civis retrocederem. As forças do Estado agirem ao arrepio da lei, reprimindo com violência desmedida, e própria de ditaduras, aqueles que se insurgem contra um poder ilegítimo e lesa-pátria.

A nossa frágil democracia já é apenas uma sombra do que era.

Vimos o retrocesso nos debates sobre a redução de danos como política pública ideal no combate ao uso de drogas estupefacientes. Do mesmo modo retrocederam os debates quanto à igualdade de gênero, de raça, por um meio-ambiente equilibrado etc. Tudo foi jogado no lixo pelo governo Temer.

O racismo, a homofobia, a misoginia e a xenofobia tomaram conta das ruas e das redes sociais. Defender valores anti-humanistas, e que vão contra o que se chama de civilização, para muitos, passou a ser motivo de orgulho.

O governo Temer tenta voltar no tempo. Os direitos trabalhistas tendem a retroceder a um estágio pré-Getúlio Vargas. Todo o patrimônio público e natural do Brasil é entregue de mão beijada ao capital estrangeiro como se fôssemos colônia de algum país poderoso.

Não há sequer um esboço de um projeto que aponte para a construção de uma verdadeira soberania nacional, refiro-me não às fronteiras, mas àquilo que torna um país grande, a saber: tecnologia, educação, domínio estratégico de commodities, independência diplomática dentro do jogo geopolítico etc.

É claro, nada disso aconteceu por um passe de mágica. Tudo isso foi gestado dentro de um ambiente criado por uma falsa esquerda que não só deu continuidade às estruturas neoliberais herdadas de FHC, como capitulou em seu comportamento ético, igualando-se aos piores atores políticos. Aqueles que antes eram criticados ferozmente se tornaram aliados, e mais, cúmplices também.

Lula e Dilma, ao se aliarem ao pior que já havia neste país, sustentaram igrejas fundamentalistas e reacionárias, deram guarida aos corruptos históricos do PMDB e de outras siglas, aparelharam e desmobilizaram durante mais de uma década as entidades da sociedade organizada que deveriam ser o estímulo crítico para o governo avançar dentro de uma visão progressista. Blindaram o oligopólio midiático que depois veio a derrubá-los. Deram lucros inimagináveis aos banqueiros e especuladores. Retiraram importantes direitos dos trabalhadores. Seus governos foram, em grande parte, corruptos, juntamente com os que sempre foram.

Apesar de tudo isso, como disse o grande escritor moçambicano Mia Couto: “o pessimismo é um luxo para os ricos”.

Agora, diante dessas entranhas que já não nos parecem mais estranhas, temos a matéria-prima para as grandes, necessárias e esperadas transformações: a verdade.

Sem mais nos iludirmos quanto ao caráter corrupto do Estado burguês brasileiro, que carrega até hoje tantos valores cruentos e perversos do tempo do Brasil-colônia, do tempo da escravidão, agora, sabemos claramente com quem lutar, contra quem lutar e contra o quê lutar.

Os posicionamentos políticos e sociais estão claros e já sabemos quem são os verdadeiros éticos e os mais do que reconhecidos corruptos.

Não há mais disfarces. A falsa esquerda já não ilude o povo. Os falsos éticos de direita não iludem o povo. A hidrofobia de ultradireita jamais iludirá o povo.

Sabemos que o neoliberalismo, estilo FHC, e que Temer tenta resgatar não funciona, porque tira dos pobres e da classe média e dá aos ricos. Sabemos que o neoliberalismo com viés social, administrado pela “esquerda”, apenas adia os efeitos nefastos do sistema e ainda cria o ambiente para que o “ovo da serpente” do fascismo e do nazismo venha a ser chocado.

O Estado brasileiro ao tempo em que ataca o povo ferozmente, fragiliza-se e se expõe, e, dia a dia, o povo saberá onde, quando e como atacar seus atuais e ilegítimos mandatários para preservar o sentido de nação do nosso povo.

Sim, porque a pátria não é o Estado e muito menos o governo que o dirige. Pátria é a soma dos elementos objetivos e subjetivos que nos tem mantido juntos enquanto nação durante séculos. É o sentimento de união e de irmandade de um povo.

E o povo brasileiro saberá resistir, reagir e avançar. Em breve, esse governo arbitrário, autoritário e injusto será varrido da história pela fúria de um povo sofrido, é verdade, mas que, porém, é sabedor da sua força e da riquíssima e linda terra em que houve por bem lhe servir de abrigo e de trincheira.

Um feliz e revolucionário 2017 a todos.

E que o povo brasileiro alcance a vitória contra seus algozes.*Defensor Público —————————————-Aprenda vivendo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo da Vinci)O avanço que poderemos ter no ano que se inicia será resultado do que aprendemos no ano que passou. A Universidade do Asfalto é a mais eficiente do mundo. O resultado do que aprendemos nela depende de cada um de nós. E tudo de que necessitamos para viver uma vida bem vivida está em nós. Não espere que a vida lhe seja prazerosa se você não a viver com prazer. Cada dia de nossa vida é um aprendizado. Não desperdice um minuto sequer de sua vida, independentemente do que estiver tentando atrapalhar. Escolha o que você quer no ano nascente, como início para o sucesso que você deseja para os anos que virão.

Não permita que ninguém dirija sua vida. Aprenda você mesmo a dirigi-la. Talvez você precise de orientações. Nem sempre as encontramos em nós mesmo. É pra isso que vivemos. Porque quem não dá importância à vida não a vive. São os que vegetam pensando que vivem. E sei que você não faz parte desse grupo de elefantes de circo. Confie em você tanto quanto eu confio. Sei que você é capaz. Todos nós somos. Mas nem sempre sabemos que somos. Acredite em você e seja seu dono. Vá em frente e enfrente todos os obstáculos, na certeza de que nenhum deles supera você. Porque é assim que vencemos na vida.

Deus perdoa, sim, se você pisar na bola. Mas não se esqueça de que o poder dEle está dentro de você. Cabe a você saber ser você. A vereda que você escolheu na encruzilhada foi escolha sua. O que quer que você consiga na vida é fruto da sua crença em você mesmo. E não confunda esses pensamentos com filosofia de botequim. A vida é simples e os milagres que nos acontecem são produto da nossa vivência. O que aprendemos na Universidade do Asfalto não é exibido através de certificados, mas de resultados. Tudo que nos acontece na vida faz parte da vida. Os erros e desacertos devem nos servir de lições para nosso aprimoramento racional.

Aprenda aprendendo com seus erros e os erros dos outros. Eles fazem parte da racionalização. Somos todos da mesma origem. Viemos todos do mesmo universo. E por isso somos todos iguais nas diferenças. E as diferenças são os indicativos do estágio em que nos encontramos, em nossa racionalização. Não limite a entrada do ano novo aos festejos superficiais. Inicie seu ano novo com coragem e determinação para as realizações que você deseja. E só desejar não é o suficiente para a realização. Você tem que querer e entrar na luta sem lutar nem competir. Apenas fazendo o que deve fazer como deve ser feito. Pense nisso.*[email protected]