Opinião

Opiniao 23 01 2018 5527

A impunidade é trampolim para o crime – Marlene de Andrade*

“Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão…” (Salmos 82:2-4).

O Transtorno de personalidade antissocial é caracterizado por comportamento bastante agressivo. A pessoa antissocial, ou seja, psicopata, é impulsivo e despreza toda e qualquer norma, seja ela social, ou jurídica. O psicopata não consegue amar e jamais sente remorso por qualquer crime que cometa, a não ser por milagre de Jesus.

Essa personalidade tão perversa é encontrada na população presidiária em grande escala, o que é muito preocupante, pois eles não aprendem com os erros. Além do mais, essas pessoas são totalmente lúcidas e sabem, concretamente, o que estão fazendo, porém sentem muito prazer em praticar crimes hediondos. E aí, o que pensar e fazer nesse caso?

E o interessante, é que o pessoal dos “direitos humanos” não fica nem um pouquinho preocupados quando alguém de bem morre por falta de recursos na Saúde, ou porque a Educação Pública é de péssima qualidade no Brasil. Mas deixa a algema machucar o pulso do preso para ver no que isso dá. Preso não pode sofrer nem um arranhão dentro do sistema prisional, porém famílias serem massacradas por assaltantes à mão armada pode e os “direitos humanos” não estão nem aí.

É lamentável perceber que a violência no Brasil vem aumentando barbaramente e o mais lamentável ainda é pensar que delinquentes perigosos não podem ser condenados, à prisão perpétua no Brasil, por ser inconstitucional. Que absurdo!

À luz de toda essa realidade, alguma solução para esse problema tem que ser pensada. E tem mais, se não é possível criar no Brasil a lei da prisão perpétua, já poderiam ter pensado na possibilidade de aumentar a condenação de um facínora irrecuperável para pelo menos 40 anos ininterruptos de prisão. Um psicopata irrecuperável não pode conviver na sociedade.

Para crimes hediondos, esses criminosos deveriam trabalhar dentro do sistema prisional para garantirem o seu pão de cada dia. Fica muito fácil para o “reeducando”, matar, assaltar, estuprar, cometer latrocínio e continuar se drogando dentro da cadeia, dormir lá dentro quase o dia inteiro, receber auxílio previdenciário, assistir TV dentro da cela na maior mordomia e logo, logo ser libertado para continuar matando outros inocentes.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

Coragem é o sinônimo da vitória – Vera Sábio*

“A felicidade paralisa o ser humano” (Leandro Carnal)

Quando escutei esta frase, talvez igual a você que a leu agora; fiquei bem intrigada, afinal, o principal desejo do ser humano é ser feliz.

Mas, com a mente aberta a pensar um pouco mais além do convencional, fui acreditando que este grande historiador, tinha muita razão.

Quando estamos felizes, não desejamos ir mais além; queremos parar ali mesmo, naquela sensação de êxtase; o que diminui as forças, a visão ampla de necessidade de luta, de garra, de conquista e de transformação.

Assim o que nos evolui, nos faz melhores, nos traz sucesso. É estarmos incomodados com a forma em que as coisas estão.

Este incômodo produz uma vontade incessante de mudanças, de desejo de ser feliz e de ver os outros felizes; Tendo coragem para transformar a situação atual em algo bem melhor.

Porém ao nos sentirmos felizes ficamos acomodados, com preguiça, sem coragem e estagnados onde nos encontramos, não querendo que aquela sensação passe.

A felicidade deve ser uma ida da vida, um local sempre a se descobrir, a desejar; pois o desejo realizado não existe mais e perde seu imensurável valor, se tornando um dos piores defeitos: o egoísmo.

Renove suas forças, sua condição de seres pensantes em evolução e transformação. Visto que somos inteligentes e temos discernimento suficiente para ultrapassarmos crise atual, votarmos em pessoas novas que possam fazer diferente, combatermos a corrupção em nós e nos outros e termos um futuro mais feliz.

Sejamos mais empáticos e menos egoístas, com coragem, determinação, ações e muita luta, para que tenhamos vitória. São meus votos de Feliz 2018.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão interna.E-mail [email protected]

Do café à soja, uma Nação-moleque? – Valdemir Pires*

Em geral não é verdade histórica que os gastos do governo travam a economia no Brasil. Uma série histórica longa, com dados cruzados do desenvolvimento nacional (taxa de crescimento do PIB e do emprego, situação das contas públicas, condições das contas externas, inflação etc.) pode confirmar o equívoco da afirmativa de que o Estado atrapalha a economia em casos como o nosso. Essa afirmativa é, na verdade, um lugar-comum liberal-tupiniquim, contraído por conveniência ou preguiça, desprovido de fundamento teórico e empírico, no mais das vezes; não raro serve para esconder interesses que não podem vir a público.

Não obstante não se tenha, no país, governos dignos de elogio quanto à qualidade do gasto público, é mais comum que o travamento da economia, por aqui, resulte na interdição dos investimentos públicos, que costumam, em economias como as “emergentes” (antes “subdesenvolvidas”) melhorar o desempenho econômico e as expectativas dos agentes econômicos. Faltando esses investimentos, o “mercado” (assim chamado, e entendido como ente abstrato) é incapaz de se virar sozinho, mesmo de mãos dadas com o “Mercado”, constituído pelos conglomerados industriais e financeiros que eventualmente para cá remetem seus capitais, produtivos ou especulativos, conforme as vantagens de cada momento.

Numa economia reflexo-condicionada dos mercados mundiais (principalmente financeiros e de commodities), que só recentemente adquiriu alguma autonomia, ainda rescendendo a café, as finanças públicas dependem do crescimento econômico e não o contrário: maior o crescimento do PIB, maior a arrecadação de tributos, maiores as possiblidades de gastos públicos, que, por sua vez, ampliam as possibilidades de crescimento. Basta uma crise externa (como a do petróleo dos anos 1970, a da dívida nos anos 1980 e a atual, da especulação financeira global, iniciada em 2008) para que a bola de neve passe a rolar no sentido contrário, sufocando o desenvolvimento e, junto, as finanças públicas.

Por isso, é fundamental rechaçar a ideia, hoje esposada pelo governo federal e por grande parte das lideranças empresariais do país, com amplificação pelos meios de comunicação de massas, de que a origem de todos os males da atual crise está nos gastos públicos. Pelo contrário, está na recusa em admitir o papel estratégico que o Estado tem para o futuro do país: definitivamente, tudo que concorrer para dificultar a retomada do crescimento (aí incluídas as políticas econômicas exclusivamente voltadas para o equilíbrio fiscal via cortes de gastos e/ou aumento de tributos regressivos) levará o Brasil para um atoleiro de onde terá muita dificuldade para sair.

A solução está, não se tenha dúvidas, num projeto de desenvolvimento nacional em que o Estado e as forças produtivas do país combinem estratégias, recursos e esforços para reencontrar o rumo e o ritmo de crescimento experimentado nos anos dourados de 2003 a 2010. Nesse período foram aproveitadas oportunidades de crescimento oferecidas pela economia global e obtidos superávits fiscais (via aumento da arrecadação e não por meio de cortes de gastos) suficientes para honrar a dívida pública e, paralelamente, bancar políticas públicas de desconcentração de renda. Foi, esse sim, um “milagre econômico” – pela primeira vez a desconcentração de renda foi explícita e publicamente assumida, com impactos visíveis sobre a configuração de um amplo mercado interno, inclusivo. Abandonar essa estratégia ante o primeiro “passa-moleque” de quem se sente ameaçado pelas novas possibilidades é atitude, de fato, de moleque.

Nenhuma Nação-moleque sobreviverá às pressões globais, a não ser como quintal, repleto de senzalas ao redor de pouquíssimas casas-grandes, rescendendo a soja.

*Professor da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara

O eco do ego – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O que o homem superior procura está nele mesmo. O que o homem inferior procura está nos outros”. (Confúcio)

Pensa que não? Você nem imagina o eco silencioso que o ego produz quando mal dirigido. Parece difícil de entender, mas é simples pra dedéu. Numa pessoa egoísta seu ego é doentio. Por que ficar preso ao ego, na tentativa vã de torná-lo elevado? Em vez de se preocupar com o ego, cuide de sua autoestima. Não sei se os entendidos pensam assim, mas é bom não confundir ego com autoestima. Pelo menos é assim que o vejo. Você, eu garanto, não conhece nenhum egoísta que não seja arrogante. Conhece? E os arrogantes estão sempre despreparados para o poder, enquanto poder. E tudo vai depender do que, e do quanto se pode. Uma pessoa preparada para a vida não se deixa levar pela vaidade fútil do poder. Simplicidade e arrogância têm o poder de externar e espraiar um eco assolador. A diferença está em quem percebe e quem não percebe o resultado. É muito difícil uma pessoa despreparada avaliar como poder, o poder que uma pessoa simples tem, no seu ego moderado e sadio.

Normalmente não confiamos nas pessoas arrogantes. Mas não tem como não confiar numa pessoa simples que detenha o poder. A simplicidade é parte da construção do caráter e da formação espiritual. E as duas formações estão embutidas na racionalidade dentro do processo evolutivo do ser humano. Não há como fugir dessa verdade, desde que a entendamos como racional. Fique friinha. Não perca a cabeça com a inferioridade de quem a ofendeu. Sinta-se superior e demonstre sua superioridade não se aborrecendo. Lembre-se de que ninguém tem o poder de aborrecer você; você é que se aborrece. E pessoas superiores não se aborrecem. Quando alguém tentar aborrecer você, procure ver quem, entre você e ele, é o superior. Se for você não perca seu tempo se aborrecendo com a inferioridade dele. Abraham Lincoln disse que: “Quem dá comida ao pobre está alimentando a pobreza”.

Nunca alimente o ego dos egoístas. Nunca confunda o ego com sonhos elevados. Tem nada a ver. Mantenha os trinta e sete graus centígrados do seu corpo como a temperatura ideal no equilíbrio emocional. Não permita que nada nem ninguém use você como estilingue para atingir, com o ego dela, pessoas que você não quer atingir. Porque é isso que você faz quando se aborrece. Procure se familiarizar com o seu subconsciente. Ele é o poder maior que você tem e que tanto pode fazer de você uma pessoa feliz, quanto infeliz. Tudo vai depender do valor que você se dá. E só você pode fazer isso para, e com, você mesma. Valorize-se no que você realmente é. Pense nisso.

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