Opinião

Opiniao 18 08 2017 4607

Em quem acreditar? – Antonio de Souza Matos*

Vive-se, no Brasil, um período de ceticismo em relação às instituições. A corrupção alastra-se em todas as esferas do poder. A tão sonhada democracia (governo do povo), implantada depois da queda do regime militar, tem se revelado utópica.

Independentemente da cor partidária, a maioria dos que se elegem viram as costas para os eleitores. Trabalham para os financiadores de suas campanhas e para encher os próprios bolsos por meio de acordos espúrios, que desviam quantias astronômicas do orçamento público.

A Operação Lava-Jato revelou, e tem revelado a cada instante, detalhes de um esquema gigantesco de corrupção que envolve empresários, políticos e outros agentes públicos. A classe trabalhadora é que tem de bancar o rombo nas contas públicas com a perda paulatina dos direitos trabalhistas e com o pagamento de impostos, que não param de crescer.

Antes refém da ditadura, a população, sobretudo a mais pobre, continua sem acesso à educação pública de qualidade, haja vista a falta de investimentos. Em razão da atual crise econômica, fruto da corrupção institucionalizada, o governo vem promovendo reiterados cortes de verbas destinadas às instituições de ensino, inviabilizando projetos de inclusão social e freando o avanço científico e tecnológico. Só este ano, o corte atingiu a cifra de R$ 4,3 bilhões, conforme o site do Correio Brasiliense. Em Roraima, as escolas estão sucateadas, e o governo estadual alega falta de dinheiro para enquadrar todos os professores no novo plano de carreira e para pagar os retroativos de progressões funcionais.

A rede pública de saúde continua na UTI. Pacientes se acotovelam nos postos e nos hospitais sem encontrar solução para seus problemas de saúde, que se tornam crônicos. Falta equipamento para um simples exame, medicamentos, leitos hospitalares e médicos. Neste ano, o governo reduziu, a pretexto de fazer economia, o número de médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), administradas pelas prefeituras com dinheiro repassado pela União.

Recentemente o ministro da Saúde afirmou que “em algum momento, o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante – como o acesso universal à saúde – e que será preciso repensá-los”. Ele é defensor da criação de planos populares de saúde. Coincidência ou não, o maior doador individual da campanha eleitoral do ministro, nas cinco vezes em que disputou e venceu as eleições para deputado federal pelo Paraná, é um dos principais operadores de planos de saúde do país.

E o que dizer da segurança pública? A recente onda de violência nos presídios brasileiros mostrou que a população, por causa do descaso dos governantes, é refém do crime organizado. As facções criminosas, que dominam os presídios, têm o poder de decidir quem vive ou quem morre, dentro ou fora das cadeias.

As eleições se avizinham. Em quem votar? Nos figurões de sempre da política, que se locupletam com o dinheiro público e deixam a população sem acesso aos direitos básicos, ou nos “salvadores da pátria”, que se aproveitam dos momentos de crise para enganar e se dar bem?

*Professor e revisor de textos

Mês vocacional – Vera Sábio*Todos aqueles que acreditam que Deus é o nosso criador sabem, mesmo inconscientemente, que a primeira vocação é o chamado a vida.    Pois é a partir da resposta a este chamado, não somente para existir, mas para viver, conviver, reviver e deixar que vivam, que sobrevivemos a tantos desafios e enfrentamos diversos obstáculos todos os dias.

Esta é a nossa primordial vocação, sendo dela que nascem todas as demais.    A profissão, é claro, é um dom vocacional, quando estamos dispostos a servir em quaisquer que sejam as áreas que escolhemos para nossa realização e conquistas pessoais. Entendendo que o dinheiro é a consequência do bom serviço prestado e jamais sua finalidade. Ao ser finalidade, cresce a ambição desmedida e doentia, onde prejudica o próximo em prol do que almeja, e isto não é vocação.

A Igreja Católica apresenta o mês de agosto como “Mês Vocacional” e em cada semana refletimos sobre as vocações como chamado de Deus para servir.

1ª Semana – vocação ao sacerdócio: padres, bispos e pastores que dirigem em nome de Deus a igreja. Que estejam realmente em busca dos ensinamentos de Cristo, fazendo somente a sua vontade.

2ª Semana – vocação a ser pais: Formação das famílias, luz da sociedade, ponte para a honestidade, o progresso e abertura para outras vocações.

3ª Semana – vocação de todo aquele que serve: Não precisa ser estudioso, não precisa ter um cargo na igreja, não precisa ser pais. Vocação a ser filhos, a servir de acordo com a habilidade de cada um, a principalmente ser bom, ser justo, se reconhecer como filho de Deus.

4ª Semana – vocação a catequese: Catequista é a junção de duas palavras gregas que significa: “autofalante”, é aquele que faz ecoar o bem em todo lugar. Aquele que ensina, educa forma caracteres e constrói personalidades. Ou seja, papel de todos nós.

Portanto, é hora de pensar em qual é o nosso compromisso diante do nosso chamado vocacional e não permitir que, quando Deus perguntar o que foi feito dos talentos que ele nos deu, o envergonharemos por tê-los enterrado em uma sociedade tão carente de tudo e dependente de cada um de nós.

“Ninguém é tão rico que de nada necessite, nem tão pobre que em nada possa colaborar”.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected]

Vamos assumir – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados.” (Barão de Itararé)A política é indispensável na formação social. Sem política não seríamos um povo, uma sociedade, e nem mesmo gente. Até nos meios mais trogloditas existe a política, sim. E é nela que nos representamos no que somos, social, cultural, e racionalmente. Então vamos respeitar a política para merecermos respeito. Quando for para a rua gritar e quebrar, lembre-se em que candidato você votou nas últimas eleições. E se você foi enganado pelo seu candidato, não ponha nele a culpa pelo que está acontecendo. Afinal, ele foi eleito por você. Então, a responsabilidade é sua. Só os tolos se enganam. E todos nós nos enganamos, vez por outra. O importante é que aprendamos a aprender com os erros do engano. Se você reparar nisso, na próxima eleição será mais cauteloso e votará no candidato que merecer seu voto.

Não é só o Brasil, mas todo o mundo está vivendo uma reviravolta política que está nos levando ao tempo dos da pedra. Parece incrível, mas é verdade. Continuamos elegendo palhaços, analfabetos e histriões, em todo o mundo. E analfabeto aqui não significa os que não sabem ler, mas os que não entendem as lições de vida no mundo e época em que vivem. Mas ainda temos bons exemplos mundo afora. O importante é que nos atentemos para eles e os sigamos como exemplos.

Vamos fazer nossa parte no que devemos fazer para encarar os problemas, sem arrufos nem demonstrações de histrionismo. Não nos esqueçamos e levemos em consideração que só há um caminho para a saída, pelas encruzilhadas do sapo: a Educação. Que é o que está preocupando menos, aos que deveriam se preocupar mais. O que temos ouvido e visto por aí, de autoridades, sobre as mudanças na Educação, é de arrepiar. E é exatamente por isso que cada um de nós deve fazer sua parte como ela deve ser feita. Vamos educar nossos filhos antes de mandá-los para as escolas. Porque não é na escola que seu filho vai ser educado para a vida agitadíssima do futuro.

Nosso futuro começa amanhã. Tudo amanhã será diferente do que é hoje. Estão nos apontando o caminho, e estamos ignorando. Quando seu filho, ou você, vica o dia todo ao celular, ele e você estão sendo avisados que hoje termina hoje. Amanhã será outro dia diferente de hoje. E a dificuldade está em entendermos isso. E o que é que isso tem a ver com a política? Tudo. Não podemos confiar num político que continua botando a culpa no seu antecessor, pelos seus fracassos hoje. Ele assumiu o poder para resolver problemas anteriores. E nós ainda não entendemos isso. Pense nisso.

*[email protected]