Opinião

Opiniao 15 12 2017 5341

Quem quer ser Governador (a)? – Alexandre Fetter*

Em menos de um ano os cidadãos roraimenses serão obrigados a escolher o (a) próximo (a) Governador (a) do Estado. Sairemos de nossos lares num domingo quente de outubro em direção à seção eleitoral correspondente e digitaremos na urna eletrônica aqueles dois algarismos que vão mostrar a foto da pessoa que queremos colocar no Palácio Senador Hélio Campos. Vamos ter que escolher outros representantes também, mas quero falar apenas sobre a escolha do Governo de Roraima neste texto.

Muito se diz sobre os possíveis nomes que irão concorrer à vaga de máximo mandatário das terras de Macunaima, porém a única certeza que temos é que todos eles serão nomes já conhecidos do povo roraimense. Todos já ocupam ou ocuparam cargos eletivos e as exceções serão aqueles que aparecem na nossa televisão de dois em dois anos para tentar se eleger, sem sucesso, pela enésima vez.

A esta altura você, leitor, já percebeu o drama que nos avizinha, não é mesmo? É como ir no domingo à noite numa pizzaria e constatar que ela só serve pizza de palmito ou rúcula com tomate seco… “mas o tomate tá em falta”, diz o atendente! É como ir a uma churrascaria que só tem costela e linguiça de frango. É como ligar a tevê e só ter quatro míseros canais disponíveis.

Diante desta situação em que faltam opções ao eleitor, não vejo outra saída que não seja a de votar no menos pior, no candidato com o menor potencial de atrapalhar as nossas vidas. Naquele palmito fresquinho, naquela costela magrinha, naquele canal de desenhos animados. Alguém pode afirmar que podemos votar em branco ou anular o voto também. Isso não vai adiantar nada: votos brancos e nulos são inválidos para o Tribunal Superior Eleitoral, apesar de terem tanto significado quanto os votos válidos.

E se boicotarmos as eleições e não formos às urnas? Dá no mesmo. Algum candidato que você não queria que vencesse vai vencer. A única maneira de se anular uma eleição é comprovar fraude eleitoral.

O importante é saber que não há saída. Não tem para onde correr. Alguém vai ser eleito, sendo assim, votar no menos pior é o melhor, isto é, o menos pior.

*Jornalista e Funcionário Público

Conjecturas políticas – Adilson Roberto Gonçalves*

“Cartas não publicadas nos jornais” poderia ser o subtítulo – ou linha fina – deste texto. Se lá são preteridas, aqui o espaço para discussão ou manifestação ainda resta. Usemo-lo.

Tucanos se bicando já virou clichê na política brasileira. A propalada terceira via da social-democracia dos tempos de Tony Blair e Bill Clinton, que procurava ser imitada por FHC, ficou restrita ao registro histórico. Hoje, dentro do partido, é o prefeito novato criticando tudo e todos, e o senador corrupto questionando as demais pré-candidaturas. Não é à toa que o radicalismo de direita amplia seu espaço.

Esse radicalismo não é tão exceção assim, haja vista que Hitler subiu com o discurso dos descontentes. Articulistas de jornais da capital denunciam a retrógrada candidatura, mas ela não é tão improvável, nem longe dos interesses do mercado. Infelizmente.

Com todo o empenho da sociedade brasileira para produzir uma matriz energética relativamente limpa, com vento, sol, água e biocombustíveis, os desarranjos do governo fazem com que sejamos rotulados de fósseis na 23ª Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas (COP-23), conforme notícias do meio do mês. O pior cego é o que não vê a riqueza que poderia ser de todos e não de uns poucos.

Por fim, para falar de uns para todos, o deputado federal pelo PSOL Chico Alencar publicou um texto na Folha de S. Paulo (“A reinvenção da esquerda”, Tendências/Debates, 12/11) em alusão ao centenário da revolução bolchevique, também chamada de revolução russa. De certa forma, o texto do parlamentar dialoga com outros que exortam a discussão sobre as redes sociais em torno da relação da vida do indivíduo com a sociedade. Se o comunismo/socialismo procurou dar uma dimensão global para a questão individual, as redes sociais são a transformação da vivência individual na única possível – ao menos é o que se depreende do que ali circula. O equilíbrio deveria ser preposicional: caminhar para “viver em sociedade” e não “viver para a sociedade” (submissão) ou “viver da sociedade” (dominação).

*Doutor em química pela Unicamp, livre-docente pela USP e pesquisador da Unesp em Rio Claro-SP

Presentes de final de ano: um alerta às regras de compliance nas empresas – Antonio Carlos Hencsey*

A troca de presentes e entretenimento pode fortalecer as relações comerciais, mas por outro lado o envio de regalos e divertimentos, como jantares e idas a shows ou peças teatrais, podem criar, ou aparentar, influências inadequadas no ambiente de trabalho. Todo cuidado é pouco ao receber mimos do parceiro ou fornecedor, uma prática muito comum que ocorre agora, principalmente, durante as festas de fim de ano. Tudo porque o recebimento de gratificações tem grades chances de ser visto como propinas, capazes de manchar a reputação e destoar as disposições do código de normas e condutas éticas da companhia.

É importante ressaltar que itens promocionais de baixo valor, tais como canetas, calendários, blocos de anotações ou outros brindes menores, que normalmente possuem a logomarca da empresa, não se encaixam na categoria de gratificação indevida. Aqui é falado de presentes de alto valor, que superam as cifras de 150 reais e que podem influenciar a objetividade do presenteado quando for tomar uma decisão comercial.

Alguns cuidados podem (e devem) ser tomados para que as empresas sigam suas regras de ética e compliance sem apresentar grosseria no momento do recebimento do presente em face ao período de festividades.

1) Reforce com todos os colaboradores as políticas de oferta e recebimento de gratificações estabelecidas pela sua empresa. Delimite um preço para os presentes a serem recebidos. Por exemplo, itens acima de R$ 100 já são considerados fora do padrão de item promocional de baixo valor;

2) Proponha conversas sobre o porquê da oferta de presentes. Faça reflexões com a equipe a fim de identificar qual a motivação de quem presenteia. Interesse comercial ou apenas um ato de agradecimento por mais um ano de parceria?

3) Deixe claro que mesmo que o profissional acredite ser isento ou não influenciável pelo recebimento de alguma gratificação, somos seres humanos. Não existe neutralidade total nas relações interpessoais. Sempre algum viés ou vínculo é estabelecido com esta ação;

4) Sabemos que a alta direção, em alguns casos, recebe presentes como forma de reforçar vínculos estratégicos para a organização, mas estes também devem seguir as políticas estabelecidas. Lembre-se: o exemplo vem de cima. Ao receberem os presentes é preciso, de forma explícita, que sejam cumpridos os procedimentos padrão, deixando clara a importância que esta prática tem para a empresa;

5) Valorize os profissionais que agirem da forma certa. As pessoas podem sentir que estão perdendo algo ao negarem um presente ou entregarem o item para a área responsável. Demonstre ao colaborador a importância de cumprir as normas éticas da organização e fortaleça a conduta do funcionário para as outras pessoas da empresa.

*Líder de prática de Ética & Compliance da Protiviti, consultoria global especializada em finanças, tecnologia, operações, governança, risco e auditoria interna.

Atualize-se, cara, e vá em frente – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Transforme seus momentos difíceis em oportunidades. Seja criativo (a), buscando alternativas e apresentando soluções ao invés de problemas, veja o lado positivo das coisas e assim você tornará seu otimismo uma realidade”. (Aristóteles Onassis)

Há muitas coisas fáceis que são difíceis de definir no dizer. Como é que você vai dizer para uma pessoa que ela não faz uma determinada coisa porque não quer fazer, quando você sabe que aquilo é o que ela mais deseja fazer? Mais do que difícil é angustiante você saber que se a pessoa entendesse o que você está dizendo ela conseguiria o que sempre desejou. Às vezes até, torna-se torturante quando você sabe, e sabe que a pessoa não sabe que o único problema dela é a reatividade.

A reatividade é, talvez, o maior e terrível entrave na vida das pessoas. É ela que impede as pessoas de entenderem que elas vivem mal porque não sabem viver bem. Um dos alimentos de sua reatividade é precisamente sua teimosia em ficar preso a velhos, arcaicos e anacrônicos ensinamentos. Eles foram muito bons. Fazer com que eles continuem eficazes vai depender de sua atualização e modernização. Enquanto você continuar tentando viver o momento atual, no mundo atual, mas apegado a velhos e carcomidos conceitos e preconceitos, vai ficar marcando passo sobre o mesmo terreno.

Modernizar seus conceitos não significa, necessariamente, relegar velhos conceitos. Basta atualizá-los dentro das exigências atuais. Uma criança interromper a conversa dos adultos, antigamente isso era considerado falta de educação. Hoje continua sendo. Mas elas interrompem apoiadas pela educação moderna que nós, pais, na nossa decadência educacional já não temos condições de separar o joio do trigo. E essa falta de condições faz com que entremos em parafuso. E em queda livre perdemos o controle sobre o que necessita do nosso controle para nos manter controlados.

Imagine você caindo em queda livre e sabendo que só você pode salvar você mesmo. E que você nem ninguém tem uma fórmula definida para isso. O tempo corre, leva você e você tem que sair dessa. E agora? Você vai acreditar em seu poder de se salvar ou vai continuar duvidando, e se esborrachar no chão? Mas se você não conseguir, e se estatelar, não fique aborrecido, nem triste. Você faz parte do grupo dos que não conseguem, porque não acreditam que podem conseguir. Vá à luta sem medo da derrota. Cada queda representa apenas um tropeço que lhe indica que na próxima tentativa você deve evitar aquela pedra no caminho.

As pessoas inteligentes aprendem com os seus erros e com os erros dos outros. Pense nisso.

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