Opinião

Opiniao 14 09 2017 4777

Suicídio: uma mácula que Roraima precisa apagar –  Flamarion Portela *

Roraima está em segundo lugar no ranking de morte por suicídio no Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul. São dados alarmantes que colocam nosso Estado numa triste estatística que precisa ser mudada.

De acordo com dados do Centro de Valorização da Vida (CVV), 32 brasileiros tiram a própria vida todos os dias, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Quase um milhão de pessoas se matam por ano, uma a cada 40 segundos. Isso significa mais vítimas que todas as guerras, homicídios e conflitos civis somados. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo.

Por séculos da nossa história, sobretudo por razões religiosas, morais e culturais o suicídio era considerado um grande “pecado”. Por esta razão, ainda sentimos vergonha e medo de falar abertamente sobre esse grande problema de saúde pública.

Segundo especialistas, a depressão é o maior fator que leva uma pessoa a cometer suicídio, mas o uso de drogas, doenças e conflitos familiares também são associados aos casos.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que nove em cada dez casos poderiam ser evitados, buscando-se ajuda e prestando atenção aos primeiros sinais emitidos por quem está à sua volta.

Mas, será que podemos ajudar de alguma forma a mudar esse quadro tão estarrecedor? Tenha certeza de que sim. Em algum momento de nossas vidas, desconfiamos de que alguém próximo está pensando em tirar a própria vida, devido a um grande sofrimento. Talvez nos sintamos impotentes e incapazes de intervir, mas, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa.

Em primeiro lugar, é preciso conhecer para prevenir. Oferecer algum suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes.

E se você acha que não poderá ajudar sozinho, já existe uma grande rede de apoio para pessoas que pensam em cometer suicídio.

E neste mês, o trabalho de conscientização está sendo intensificado através da campanha “Setembro Amarelo”, que este ano traz como tema “Doe um minuto, salve uma vida”.

Diversas instituições públicas e organizações não governamentais vão realizar rodas de conversa nas redes de atenção básica à saúde e escolas públicas estaduais, audiência pública, distribuição de material educativo e a 2ª Caminhada pela Vida, com foco na prevenção ao suicídio.

Então, façamos a nossa parte. Uma palavra amiga na hora certa pode ajudar a salvar uma vida

*Deputado estadual e ex-governador de Roraima

De braços dados com a morte – Vera Sábio*Estamos no mês que se apresenta com várias reflexões.    Para a igreja Católica, é considerado o mês da Bíblia; um momento maior em contato com a palavra de Deus, sendo fonte de vida, de conselhos, de transformações e de busca constante para uma vida espiritual que fortaleça a vida física.

Para as pessoas com deficiência, temos o Dia do Surdo, o Dia da Luta de qualquer Pessoa com deficiência. Mês voltado à reflexão sobre valorização do ser humano com respeito às suas limitações e dando ofertas de oportunidades para que os diferentes mostrem suas capacidades, independentes da deficiência que possuam.Vou resumir estas datas acima nestes dois parágrafos, pois quero me deter um pouco mais na reflexão que o mês de setembro nos traz a respeito do suicídio. Vivemos de braços dados com a morte quando dirigimos sem responsabilidade e muitas vezes embriagados e drogados, passando por cima de qualquer outra pessoa que também tem os mesmos direitos de ir e vir como os nossos.

Estamos de braços dados com a morte quando os políticos e órgãos responsáveis pela segurança, fiscalização e punição de bocas de fumo, de traficantes e de tanta droga espalhadas e usadas a luz do sol e nem assim enxergamos, visto que nada é feito por parte dos poderes públicos. E nós, cidadãos de bem, que sofremos com estas desgraças causadas pelas drogas, ainda votamos nos políticos que nada fazem e são reeleitos.

Andamos de braços dados com a morte quando a educação não é suficiente para fazer nossos jovens pensarem, valorizarem a vida e realizarem um futuro diferente, preservando a natureza, respeitando o próximo e vivendo do suor e não de mordomias ganhadas através de corrupções.

Vamos de encontro à morte quando fazemos vistas grossas as corrupções em todas as áreas, estando despreocupados com a miséria em nossa volta e com as filas sem fim nos hospitais.

Enfim, são muitos os caminhos que nos levam à morte. Mas a decisão de refazer a caminhada é de cada um que resolve dar um passo diferente, deixando de ser omissos, tendo maior empatia na certeza de que quaisquer problemas que outros tenham, também é parte nossa e por inúmeros motivos somos responsáveis, tendo que agir por menor que nossa ação pareça ser.

Só estaremos indo ao encontro da vida quando valorizarmos a vida em toda sua plenitude e de todos seres vivos que participam da nossa existência.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]

Simplesmente liberdade – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Preguemos a liberdade política, a liberdade do ensino, e sobretudo a liberdade comercial e industrial, e teremos feito mais para derrotar as quimeras do socialismo do que os canhões e as perseguições.” (Conde de Cavour – 1860)Não sei por que você ainda não está cansado. Nós vivemos uma luta renhida, sem trégua, há séculos e séculos. Os grandes pensadores dos séculos distantes já lutavam para que entendêssemos que a solução para o problema está na Educação. Enquanto não educarmos, instruirmos, ensinarmos, dentro da racionalidade, não chegaremos onde deveríamos estar. Nossa evolução é muito lenta. E isso faz parte da nossa condição de seres racionais que estamos por aqui, há vinte e uma eternidades. Que nos deformamos e devemos, necessitamos, e vamos nos racionalizar para que voltemos ao nosso mundo. Mas até lá devemos fazer nossa parte por aqui. E a estamos fazendo de uma maneira muito precária.

Ainda não chegamos ao nível em que deveríamos estar, para sermos seres racionais, educados e civilizados. Ainda queremos civilizar através da gravata. Ainda não somos capazes de fazer o que devemos fazer por nós mesmos. Ficamos que nem marionetes, dependendo dos incompetentes que encortinam nossa independência. Ainda não somos livres e respeitados porque ainda não aprendemos a nos respeitar. Ainda não reconhecemos nosso valor como cidadãos. Ainda votamos por obrigação quando deveríamos votar por dever. E enquanto não fizermos isso não teremos como defender nossos direitos.

Lutemos mais pela nossa Educação, nossa Saúde e nossos direitos conquistando-os com nossos deveres. Vamos cumprir nossos deveres para que possamos reclamar nossos direitos. E quem vende seu voto não merece respeito. E há um sem número de maneiras de se vender o voto disfarçadamente. O que torna o vendedor tão corrupto quando o comprador. Ainda aplaudimos e elegemos corruptos porque pensam como nós, sobre nós. Naquela de somos todos iguais. Mas a falta de educação não permite que percebam em que nível de igualdade estamos.

Vamos cuidar da nossa Educação. Ela está num grau muito aquém do que merecemos e necessitamos. E não a teremos enquanto não entendermos que a responsabilidade é de cada um de nós. Que temos o poder de conseguir, desde que sejamos e nos sintamos responsáveis pelo desenvolvimento do País, para que ele seja respeitado com o nosso respeito. Sei que você está estranhando eu estar martelando neste assunto. Não é minha praia. Mas é o mundo em que eu gostaria que vivêssemos. E não o teremos enquanto não aprimorarmos a nossa política, tirando-a do lixão. Pense nisso.

*[email protected]