Opinião

Opiniao 14 08 2018 6744

Brinquedos sonoros: riscos para a audição dos “baixinhos” – Marcella Vidal*

Telefones, guitarras, aviões, carrinhos com sirenes, dinossauros que rugem alto, jogos com explosões e tantos brinquedos outros emitem sons que podem ser muito perigosos. Os brinquedos sonoros encantam a criançada, mas, às vésperas do Dia das Crianças, é preciso que os pais redobrem a atenção na hora de comprar esse tipo de lembrança. A escolha do quê comprar não deve levar em conta só o desejo do filho, mas, principalmente, as condições de segurança. É importante observar se o brinquedo tem o selo do Inmetro como garantia de que o nível de ruído do brinquedo está dentro dos limites estabelecidos na legislação.

Os ruídos estão por toda parte. Dentro de casa, é a televisão em alto volume; o liquidificador; o aspirador de pó e também os brinquedos. Tudo isso pode causar prejuízo à audição das crianças. Os pais devem proteger seus filhos de danos auditivos causados por excesso de barulho e prestar atenção ao nível sonoro do brinquedo que vai comprar. Brinquedos sonoros do tipo made in China, comprados em camelôs, por exemplo, podem emitir um barulho acima do permitido pela lei, que é de 85 decibéis. Um carrinho de polícia “pirata”, por exemplo, pode registrar até 120 decibéis de ruído. O que isso representa? Só para se ter uma ideia, o barulho de uma motosserra pode chegar a 100 decibéis, e o de uma britadeira alcança 110 decibéis!

As crianças também estão expostas a altos níveis de ruído ao brincar com videogames, frequentar sala de jogos de computadores, ouvir música com fones de ouvido em celulares e em aparelhagens de som. Em ambientes barulhentos é aconselhável usar protetor auricular nos pequenos, que são feitos sob medida e servem para os “baixinhos” – é preciso avaliar a idade da criança para o uso – e também para adultos que querem se proteger da poluição sonora diária a que somos submetidos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um barulho de 70 decibéis já é desagradável para o ouvido humano. Acima de 85 decibéis começa a danificar o mecanismo da audição. O manejo contínuo de um brinquedo com esse volume pode prejudicar para sempre a audição das crianças. Os menores, de até três anos, são os mais afetados. E se eles têm a audição comprometida, isso pode atrasar todo o seu desenvolvimento, tanto na área da fala e como no desempenho escolar. A exposição a níveis elevados de ruídos pode causar prejuízos irreversíveis. Mesmo breves exposições a sons elevados podem trazer riscos.

Portanto, esteja atento na hora de comprar brinquedos. Garantir a segurança dos filhos, com certeza, não tem preço.

*Fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, especialista em audiologia

Fome de ser – Walber Aguiar*

“Mais forte que todos os exércitos é o poder de uma ideia cujo tempo chegou.” (Victor Hugo)

Amanhece o dia. Galo cantando, vida passando, gente correndo atrás da compensação. O café não estava pronto, mas ele teve fome. Ali, à margem do caminho uma figueira. Aproximando-se, percebeu que a árvore não tinha frutos. Frondosa, bonita, cheia de folhas, mas estéril. Tomado por um forte sentimento de indignação, ele disse: nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.

Seguindo seu caminho, encontrou um bom samaritano, saduceus apressados e fariseus legalistas. Também falou da questão do tributo, do amor, de uma santidade sem história e de uma história sem santidade. Argumentou que ser santo é ser humano, é envolver-se de forma solidária, é participar de um projeto de espiritualidade integral.

Não se trata de mero exercício contemplativo ou êxtase místico. De levantar as mãos para Deus sem estendê-las horizontalmente na direção do outro. Nem de praticar a verticalização da fé, em busca de uma espiritualidade nirvânica, anti-histórica, abstrata, metafísica. 

Lembrou aos discípulos que a santidade sem história desemboca na neurose templista, no legalismo de usos e costumes (cabelo, roupa, barba, joias), no escapismo histórico de quem se alegra com terremotos e guerras, vendo nisso sinais da vinda de Cristo. Também descamba para o individualismo nocivo, para a departamentalização do existir. De quem quer salvar apenas a alma dos indivíduos (pregadores de cemitério), daqueles que não se importam com a vida, em sua dimensão mais ampla e profunda.

Em seu percurso mencionou a teologia do vale tudo, em que pesam apenas o brilho falso dos spots e a celebração sem forma e vazia. Seus adeptos secularizam a vida cristã, fazem da política um meio de vida, uma carreira promissora, sem nenhum compromisso com a transformação histórica, com a fome e a miséria que ajudam a gerar. 

Daí a síndrome da figueira estéril. Daí o discurso, a plasticidade, o fisiologismo. Os políticos evangélicos que nada rendem, que nada frutificam. Pelo contrário, promovem escândalos, são subservientes, inchados de vaidade e gordos de soberba. Vão secar, vão virar madeira velha num canto qualquer. 

Durante a caminhada ele ainda lembrou aos discípulos de gente que conseguiu juntar cidadania com santidade. Dos que participaram das revoltas camponesas do século XVI, da Rebelião Taiping do século XIX, da luta abolicionista de Wilberforce, da luta de Shaftesbury em favor dos menores, dos prisioneiros e das mulheres, bem como de todo o esforço dos evangélicos ingleses em favor das reformas sociais; da Cruz Vermelha, que nasceu por inspiração dos evangélicos misericordiosos. Também falou de Finney e da ausência de responsabilidade social, que o mesmo dizia ser um obstáculo para o Espírito Santo avivar a igreja.

Ainda lembrou de William Booth e do seu lema “sopa, sabão e salvação” nas sarjetas de Londres, bem como de Luther King, que lutou por leis mais justas e por uma sociedade mais humana.

A noite chegou, empurrando a barra do dia. O galo cantou, o dia amanheceu. Quem seguiu seu conselho frutificou. Quem não seguiu virou figueira seca…

*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. E-mail: [email protected]

Palmada não e aborto sim? – Marlene de Andrade*

“O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas  dos tolos.” ( provérbios 26: 3).   Quer dizer que os pais não podem mais dar palmadas nos filhos, mas as mães podem abortá-los porque isso não tem nada a ver com crueldade? Que isso? Que país é esse das inversões? O certo virou errado e o errado certo? Todos nós sabemos que no Brasil o aborto é permitido somente em três situações: anencefalia, gravidez causada por estupro e quando a mãe corre risco de vida, entretanto para nós cristãos, aborto é sempre um ato pecaminoso e por isso não concordamos com esse ato vil.

Quanto à questão da palmada o Estado não pode se intrometer na criação dos filhos de ninguém. O Brasil, ninguém se engane, é um Estado intervencionista, por isso quer intervir até na educação das crianças quando esse é um direito e dever único e exclusivo dos pais. Todavia, se a criança adoecer gravemente para conseguir um leito de hospital é uma luta e por que nesses casos o Estado não socorre as
milhares de crianças que morrem de inanição e devido a graves doenças?

Evidentemente, que os pais não podem surrar os filhos a ponto de provocar-lhes escoriações, fraturas e toda sorte de traumas, mas dependendo da criança, ela só se educa se de vez em quando levar umas palmadas, as quais devem doer sim, porém não a ponto de feri-la e nesse contexto há até um ditado popular que assevera o seguinte: “só se aprende através da dor”.

O livro de Provérbios nos diz o seguinte: “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar.” (Provérbios 19:18) Que fique bem claro que ao falar  de palmadas não estou falando de maus-tratos e sim de uma forma mais firme de educar.

Assim sendo, as autoridades legislativas dizerem como os pais devem educar os filhos é invasão e extrapola de suas competências. E tem mais: dizer que a criança por si só pode aprender o que é certo e o que é errado não confere com a realidade, pois toda criança precisa ser ensinada e, às vezes, tem até que levar umas palmadas na região glútea para aprender a maneira correta de viver no contexto familiar e na sociedade em geral.

No meu tempo de criança, os pais quando estavam educando não usavam as palavras, por favor filho me obedeça, pois isso também é inversão do correto modo de educar filhos, mas ao contrário usavam a vara da correção. É verdade que a criança deve ser tratada com muito carinho, porém desde pequena deve receber correção pelos seus desatinos, pois essa lógica da palmada ser crime e o aborto não, é incompreensível para nós cristãos conservadores.   *Médica Especialista em Medicinado Trabalho/ANAMT; CRM-339 RQE 341

No palco da vida – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O bom humor é contagiante; espalhe-o. Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, com quem você encontrar. Não se lamente, ajuda as outras pessoas a perceber o que há de bom dentro de si.” (Aristóteles Onassis)

Já sabemos que a felicidade assim como a infelicidade está dentro de cada um de nós. Cabe a cada um não perder tempo com o que possa conduzir à infelicidade. Não comece seu dia pensando nem se preocupando com as coisas ruins que acontecem, mundo afora. Cumprimente as pessoas com entusiasmo. Seja cortes e sincero. Um sorriso agradável faz muito bem, tanto a quem o dá quanto a quem o recebe. É a felicidade simples e simultânea. Você nunca vai resolver os seus problemas nem os dos outros, com pensamentos negativos e aborrecimentos. E fica fácil embarcar nessa piroga, quando sabemos que tudo que acontece na vida faz parte da vida. E se é assim, vamos viver a vida como ela deve ser vivida. Com otimismo, alegria e persistência. Não permita que nada, nem ninguém, seja superior a você. 

O Charles Chaplin já nos orientou: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Sei que não é fácil nem simples, mas é possível viver bem num mundo em que a violência impera como parte da evolução humana. O mundo nunca foi menos violento do que o de hoje. Todo o progresso no mundo sobre esta Terra veio através da violência. Ela faz parte do aprimoramento. É lamentável, mas é verdade. E é por isso que não devemos nos apoquentar com os males quando devemos alimentar o bem. 

A Cultura Racional diz que “O ser humano é o animal mais monstruoso sobre a face da Terra, em razão dos crimes hediondos que pratica contra a Natureza.” E vamos levar em conta que somos, todos, seres humanos que ainda não descobrimos que somos de origem racional. E pra chegar até o grau de evolução que nos leve de volta ao nosso mundo de origem, temos que aprender a viver com os contras que fazem parte da vida. Nada de pessimismo. O importante é que nos conheçamos no que somos, para sermos diferentes, no futuro. Afaste-se das más noticias que, querendo ou não, você ainda se influencia com elas. Tente ser feliz e viver com racionalidade. Você pode. É só acreditar que pode. E só poderá quando acreditar em você mesmo, ou mesma.

Procure conhecer o maior poder que há dentro de você e está no seu subconsciente. Só ele é capaz de realizar todos os seus sonhos. E é por isso que você não deve sonhar com o impossível. Em vez disso, faça que o impossível se torne possível. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460