Opinião

Opiniao 13 07 2018 6569

Contradições e dilemas da seleção brasileira – Sebastião Pereira do Nascimento*

Aqui no Brasil todos sabem que o futebol, principalmente quando se trata de jogos da seleção brasileira, influencia sistematicamente na vida de todo mundo, seja de forma direta ou indireta. Uma das formas indireta é quando o sujeito involuntariamente (que é o meu caso) é impedido de fazer alguma coisa útil, a qual depende também de outras pessoas que deixam os afazeres em detrimento dos jogos. E como um atingido indiretamente pelas alças do futebol, e motivado pela medíocre participação da seleção brasileira nesta copa, traçarei algumas considerações sui generis que envolvem a chamada seleção canarinho. 

Diante dos atuais tropeços que passa o futebol brasileiro, entendo que tudo é consequência de alguns pontos sensíveis que se irradiam ao longo dos tempos, criando um estado geral de desordem que pode levar o futebol a uma verdadeira situação caótica, precisamente como um “efeito borboleta”: fenômeno que deu origem à teoria do caos de Edward Lorenz. Sobre os pontos sensíveis, podem ser decorridos de diversos fatores negativos que envolvem a política brasileira, interesses econômicos, cultura social, transgressões morais, vaidades excessivas, entre outros aspectos. Dos quais, o fato da maioria dos jogadores selecionados atuar “fora” do Brasil (apenas três dos convocados atuam no futebol brasileiro). 

Esse aspecto faz com que jogadores neófitos na vida e no futebol, diferentemente dos jogadores mais antigos que atuaram “fora” já em fases consolidadas, passam de uma realidade brasileira para outra situação que leva à extrema competitividade. Isso arraigado ainda a uma abrupta ascensão econômica, à exposição social, à vaidade excessiva de alguns jogadores e, sobretudo à intensa cobrança para ser o “melhor do mundo”. Esses atributos para um jogador imaturo, que muitas vezes vem de origem humilde, sem escolaridade e ainda por cima calcado pela soberba elite brasileira, tende provocar conflitos interiores capazes de fazer com que o jogador negue suas próprias condições de origens, além de ser obrigado a escolher entre situações que podem ser consideradas incompatíveis com seus anseios pessoais. 

No bojo desses contrastes humanos e dilemas pessoais, vêm também os diversos meios de comunicações, incluindo as mídias sociais, que tratam de construir de maneira mais estonteante a ideia de um craque, um mito ou um gênio inexistente. Aqui podemos citar categoricamente a bajulação da Rede Globo em relação ao patético Neymar. A emissora, através de seus alienadores, cismou de construir à custa de suborno e promoção gratuita o seu “craque global”. Um jogador dissimulado e vaidoso que ao assinar contrato com o PSG, em 2017, colocou uma condição que fosse tratado como referência absoluta do time francês; coisa que só pode provir de um indivíduo com anomalia mental ao nível de um sociopata. Agora, com bela desenvoltura do jogador Mbappé Lottin (PSG) nos jogos da copa parece que a imposição deve fluir de águas abaixo. Enfim, a emissora que faz a burlesca pergunta “o Brasil que eu quero” calou-se, pelo menos por enquanto. 

Ora, não adianta tentar construir um gênio, a contar de Neymar, se o mesmo não preza substancial capaz de responder à altura do que se propõe. Intitular esse rapaz de gênio do futebol é desprezar os feitos de Garrincha, Pelé, Djalma Santos, Sócrates, Falcão, Ronaldo, entre outros jogadores passados. O ideal é deixar o rapaz no seu lugar devido, para que possa tentar fazer uma assepsia mental e moral, e se reinventar com mais sentido ao futebol, menos vaidade e dissimulação, melhor senso estético e responsabilidade moral. Talvez o jogador pudesse compreender também a insustentável leveza do ser, pois como diz Milan Kundera, o homem que não tem senão a exatidão própria da vida, não pode ter a possibilidade de verificar nenhuma proposição, de maneira que não saberá nunca se errou ou se acertou ao obedecer um pensamento. Aqui acrescento ainda que não saberá também construir um mundo possível de boas acontecências ao seu redor. 

Por outro lado, o povo brasileiro inestético e desprovido de bom senso se acha no direito de maximizar a ostensividade da Rede Globo, ao mesmo tempo em que se comporta como marionete e se revela como nos anos 70, quando a ditadura militar impôs a natureza de um falso nacionalismo, exaltando o malogro “Pra frente Brasil, salve a seleção!”. Que nada mais era do que uma válvula de escape para que o povo não reagisse às mazelas brasileiras. Hoje da mesma maneira os problemas estão aí e o povo ignorante impondo o verde e amarelo com o mesmo falso nacionalismo, também manipulado pela Globo, demonstrando a capacidade de um povo alienado e deformado pela cultura de massa.     

*Filósofo E-mail: [email protected]

A transformação é o caminho – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Tudo está em transformação, e, portanto, nada jamais morre. Assim como na vida, também além da morte você continua se transformando”. (Deepak Chopra)

Vivemos num mundo em transformação. Mas uma transformação muito lenta. No mundo de onde viemos não há unidade de tempo. O tempo que passamos por aqui é uma invenção nossa. Estamos sobre este planeta pequeno há exatamente vinte e uma eternidades. E ainda há quem creia que nosso mundo não tem mais de oito mil anos. E continuam nos transmitindo informações e orientações como se não estivéssemos em evolução. Ainda continuamos pensando que somos meros mortais. Quando, na verdade, somos todos imortais. Nossa embalagem, a que chamamos de corpo, esta sim, tem prazo de validade. E quando nascemos já deveríamos ser informados de que a morte faz parte da vida. Mas não da nossa, mas a do nosso corpo.

Rui Barbosa disse: “Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. Que é o que devemos fazer. Viver intensamente o dia de hoje, porque é assim que plantamos o carvalho. E sem ele não teremos a sombra amanhã. Tudo que fazemos hoje deve ser bem feito, para que possamos viver as vidas que ainda viveremos até nos conscientizarmos e procurarmos nos racionalizar para que possamos voltar ao nosso mundo de origem. E o tempo necessário, depende da evolução de cada um de nós. Viva, cada momento de sua vida como ele deve ser vivido. Com amor, respeito e muita racionalidade. 

A vida só é ruim para quem não sabe viver. São pessoas que saem de casa, pela manhã, benzendo-se para não ser assaltadas, na rua. E nem imaginam que o seu subconsciente está providenciando exatamente aquilo em que ela está pensando, independentemente de ela querer ou não; o que indica que mais cedo ou mais tarde, ela vai ser assaltada. O que nos assegura que realmente somos o que pensamos. E se é assim, controle seus pensamentos. E comece o treinamento hoje e agora. Pare de ficar perdendo tempo com pensamentos negativos. Pare de se preocupar com assuntos que não lhe tragam felicidade. 

Só quando você estiver caminhando pelas veredas da racionalidade, o mundo melhorará, porque os irracionais voltarão para seu lugar no início da evolução. Com sua racionalidade você controlará seu destino, sem a influência dos maus destinos. Não se esqueça de que o reino de Deus está dentro de você. Seu resultado positivo está em você acreditar nisso e saber dominar e usar a força que você tem, para o bem. Porque ela pode levar você para o mal, dependendo dos seus pensamentos,
se são bons ou maus. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460