Opinião

Opiniao 06 06 2018 6333

A CULPA É DAS ESTRELAS – Dolane Patrícia*

“Todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa.”

A frase é do filme A Culpa é das Estrelas, um dos filmes mais assistidos da história do cinema.

Nesse momento em que se aproxima o dia dos namorados, nada mais oportuno do que escrever um artigo que retrata o momento em que muitos estão vivendo e a reflexão sobre a duração dos relacionamentos e seu destino jurídico.

No caso do filme, o romance tem duração determinada “uma eternidade dentro dos seus dias numerados”. Na vida real, nem sempre o romance tem o desfecho do “felizes para sempre”, assim como no filme, onde o casal apaixonado não termina junto.

Na ficção, a protagonista do filme é diagnosticada com câncer. “A adolescente Hazel Grace Lancaster (ShaileneWoodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (AnselElgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

É um filme para os casais de namorados ou que tenham um relacionamento, seja ele qual for, refletirem sobre a essência e significado de uma relação amorosa.

Uma frase muito conhecida do livro O Pequeno Príncipe diz: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Por isso é tão séria essa questão de envolvimento emocional.

O que se vê hoje é uma paixão fulminante entre muitos casais, digno de um conto de fadas, alguns chegam ao casamento ou mesmo união estável. A dura realidade é que nem todos duram muito tempo e a separação às vezes dói mais do que se a outra pessoa tivesse morrido, como no caso do filme. E muitas vezes “esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida.”

Isso sem falar quando o casal já possui bens que precisam ser divididos. Chega aquele momento em que você se pergunta, mas para onde foi aquele amor todo?

De acordo com o site clicrbs.com.br, em 2012 o livro foi eleito o melhor livro de ficção pela revista americana, além de contar com mais de 1,2 milhão de livros vendidos só no Brasil, em 2012.

E uma curiosidade, é que segundo John Green, autor do livro, o título foi inspirado em uma famosa cena da peça de Shakespeare: Júlio César (Ato 1, cena 2). O nobre Cassius diz a Brutus: “A culpa, caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos subordinados.”

O filme mostra o tamanho da responsabilidade que é amar. E com o passar do tempo esse amor não deveria chegar ao fim, nem pelo decurso do tempo, nem com o nascer dos filhos, nem com o desgaste impiedoso do tempo quando chega à velhice, uma vez que “você pode amar muito alguém, mas você nunca pode amar uma pessoa tanto quanto pode sentir falta dela”.

O que acontece muito é aquele amor arrebatador que às vezes dura anos, com o passar do tempo, o marido, namorado ou companheiro simplesmente substitui a sua parceira a qual fez promessas inesquecíveis, por alguém mais novo que possa levar o outro a se sentir “mais jovem” e se esquece de tudo que foi vivido na época do primeiro amor. Isto porque “as pessoas não tem noção das promessas que estão fazendo, no momento em que as fazem”.

Os relacionamentos nunca deveriam acabar e as promessas poderiam ser sempre cumpridas. Mesmo se do romance surgisse uma gravidez indesejada, o que chega a ser um problema que pode levar ao rompimento definitivo do relacionamento, até pela imaturidade dos envolvidos, levando em consideração que isso acontece em maior frequência entre os Jovens e adolescentes. Mas é uma batalha que deveriam vencer juntos!

Talvez eu seja “uma escritora que nem saiba que você existe, mas que está falando da sua história” (sic) porque esta história é muito comum nos dias de hoje.

Quantos casais nem se falam após uma “eternidade de sonhos”, quantos namoros terminam em assassinatos ou após algum tipo de violência? Sem falar no momento em que precisam lidar com a questão da guarda dos filhos ou da pensão alimentícia?

São diversas as situações em que os romances terminam, porque “alguns infinitos são maiores do que os outros” ou simplesmente trata-se de um infinito com os dias contados, dentro da matemática de Hazel Grace.

Dessa forma, esse infinito pode ser como “estrelas que não se consegue arrumar em constelação.” E as famílias que na verdade são formadas de partículas de um sentimento que não é possível expressar em papel, foi perdendo o valor com o tempo. Mas isso ainda pode ser resgatado. Para isso, é necessário maturidade suficiente para arcar com as consequências de suas escolhas e levar adiante a promessa do “até que a morte os separe”.

Sonhar com um mundo onde se valoriza as famílias e se respeita o sentimento do outro, é possível, no entanto, “aparentemente o mundo não é uma fábrica de realização dos desejos”.

No mês em que se comemora o dia dos namorados, uma reflexão sobre a responsabilidade do namoro, do casamento ou da união estável, para que o que foi uma linda história de amor, não termine nas salas de audiência de uma Vara da Família. Afinal, ”a vida não precisa ser perfeita, para que o amor seja extraordinário.” Okay?

*Advogada, Juíza Arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. Pós graduada em Direito Processual Civil, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Facebook:DraDolanePatricia

Educar, sim – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“No Brasil só há problema nacional: a educação do povo” (Miguel Couto)

Enquanto não nos educarmos até entendermos o Miguel Couto não seremos um povo educado. E se não educados, não seremos civilizados. Continuaremos navegando na piroga furada, dos coloniza
dores. No que mudamos é difícil perceber. Continuamos pensando que somos cidadãos, quando na verdade somos meros títeres de espertalhões. Mas vamos aprender com nossos próprios erros, e com os erros dos outros. Só assim sairemos do cabresto da deseducação que caminha de mãos dadas com a ignorância.

É triste ainda vivermos como vives os animais que consideramos irracionais: dependendo dos que, pela racionalidade são nossos dependentes. E nem sabem que há, entre os que não sabem, os que sabem que estão sendo manipulados. Mas que, infelizmente, ainda não podem fazer sua parte para sair do círculo do elefante de circo. Mas, vamos falar português. Está na hora de acabarmos com esse lamaçal de corrupção que tanto nos envergonha. E tanto envergonha quanto prejudica. Chega de blá-blá-blá. Lavem as caras e falem conosco. Mas antes se eduquem. E é a educação que vai fazer os larápios entenderem que estão nos representando de maneira vergonhosa. E que, por ainda também não sermos educados politicamente, não somos capaz de reclamar nossos direitos.

Já falei várias vezes o quando me incomoda, o fato de as autoridades ainda não entenderem que já está na hora de criarmos o Ministério do Ensino. Quando os poderosos da política entenderem isso, faremos o que fizemos com a Cultura, desvinculando-a da Educação que não cuidava da cultura. Não sei se você já percebeu que o Ministério da Educação, nas escolas do Brasil, ensinam, não educam. E o remendo não vai ser fácil nem pequeno. Vamos ter que ensinar a Educação a educar, enquanto o Ensino ensina. Só quando desembrulharmos esse imbróglio as autoridade de alto nível aprenderão que a Educação nasce no berço. E que para que nossos netos e bisnetos sejam educados é precisos que o sejamos agora. Então vamos começar.

E tudo de que necessitamos para sermos um povo civilizado é de Educação. E a política faz parte dela. Só quando nossos políticos entenderem que eles são servidores públicos a serviço do público acordarão para a Educação. Mas vai ser difícil, porque ainda somos vendedores de votos, incentivados pelos compradores desonestos. Então, vamos acordar e fazer nossa parte na nossa civilidade. Só seremos respeitados quando nos respeitarmos. E isso só quando entendermos que para reclamarmos nossos direitos temos que cumprir com os nossos deveres. Pense nisso.

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