Opinião

Opiniao 04 06 2018 6317

Libertinagem política, inércia promíscua – Tom Zé Albuquerque*

Os últimos acontecimentos no Brasil trouxeram muitas lições, embora esse aprendizado não seja garantia de melhora ou avanço no país; a propósito, são fortes os sinais que boa parte da população brasileira quase não absorverá o que toda a sociedade tem passado.

Quem diria que os caminhoneiros do país iriam provocar tanto rebuliço na política brasileira. Está mais que provado que quando o povo se mobiliza algo tende a mudar no cenário nacional. O problema é que não há coalizão de forças para que novas realidades surjam, tudo porque o analfabetismo funcional brasileiro alcança inverossímeis 80% da população ativa, enquanto o senso crítico passa longe e o individualismo está enraizado na cultura tupiniquim, acarretando na sofrível ausência de discernimento da ala majoritária para entender o formato nocivo de fazer política no país, que promove cada vez mais o saque nos cofres públicos.

Abaixar temporariamente alguns centavos no preço do óleo diesel reforça a tese que o brasileiro, em linhas gerais, é otário. Aliás, para todo rombo que é feito pela corrupção no Brasil, ali estamos nós, os bobões úteis, para arcar com o desfalque. A Petrobras faliu por ter sido transformada em covil petista, gerida por fiéis escudeiros sem preparo e pudor, apenas por fidelidade aos anseios mais macabros da bandidagem política. O absurdo preço pago por combustível no país do Tite tem embutida a propina angariada durante anos pelos insetos que tocaram este país por anos.

O que também gera revolta é a passividade e a covardia midiática em não inquirir os governantes com perguntas racionais, incisivas e frutíferas; ao contrário, apenas são disparadas frases soltas e cheias de arrodeios, posicionamentos cosméticos. Nesse contexto, é sempre alegado pela podridão política que não há dinheiro para redução de impostos, ou diminuição de preços de produtos de interesse nacional. Em compensação, não assisti a nenhum jornalista, nos últimos imbróglios, questionar dos políticos sobre o porquê de não haver nenhuma vontade por parte de parlamentares em reduzir suas benesses: carros, apartamentos, telefones, passagens aéreas, centenas de assessores, e outras infinidades de auxílios e penduricalhos que engordam, inacreditavelmente, a remuneração de centenas de inúteis Brasil afora, nas três esferas, decolando vorazmente seus patrimônios.

A corrupção e as ostentações no país da Anitta (antes isso era remédio para lombriga) abocanha por ano em torno de 200 bilhões, uma fatia considerável dos orçamentos públicos. Mas o povo está preocupado com a luxação do dedo mindinho de um desonesto qualquer que joga futebol.

Enquanto o sistema político explora a todos, o povão grita gol! A trapaça está enraizada na corrente sanguínea do brasileiro, e a pequena fatia da sociedade discordante desse modelo nojento de viver é rotulada de babaca. Onde já se viu isso?

Arnaldo Jabor define bem o povo do país do futebol… brasileiro é bobalhão que adora se enganar para se dar bem; um povo desonesto, hipócrita, egocêntrico. O povão grita nos estádios “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, mas se lambuza com qualquer ração propinada em detrimento ao futuro de seus filhos, sem questionar, sem lutar pelos seus direitos e de seus compatriotas. Povo marcado, balindo em uma brenha qualquer.

*Administrador

A arte de amar – Oscar D’Ambrosio*

Conhecer trajetórias daqueles que enfrentaram preconceitos e conseguiram ajudar milhares de pessoas é um privilégio. As artes têm um papel essencial nessa possibilidade de divulgação.

O filme polonês ‘A arte de amar’ tem esse grande mérito, pois joga luzes sobre a vida e a obra de Michalina Wislocka.

Ginecologista, ela enfrenta a censura de uma Polônia socialista para publicar um livro que trata, abertamente, mas com fundamentação médica, de um dos temas mais tabus da humanidade: o sexo. O contexto é um país, que, na década de 1970, não discutia temas como preservativos ou orgasmo de maneira clara e acessível.

Isso levava a abortos clandestinos, mulheres infelizes e a relações conjugais baseadas no desconhecimento e na mentira. Tanto o partido comunista como a igreja não conseguiam lidar com a questão, e a própria autora teve que vencer suas barreiras íntimas, pois, como ela mesma declara, “um cego não pode falar de cores”.

A diretora Maria Sadowska trabalha duas situações: o amadurecimento de Michalina como mulher e como médica; e a luta da escritora perante o Estado e as tradições. A tarefa é realizada com louvor, já que a vida da biografada é repleta de reviravoltas na luta pela felicidade de mulheres e homens e pela construção de uma sociedade melhor.

*Mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Contato: [email protected]

Corpo e mente – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Para colocar o corpo em movimento é necessário fazer um grande exercício emocional. A debilidade emocional dificulta passar do saber para o fazer”. (Nuno Cobra)

Todos já aprendemos e sabemos que a saúde e o bem-estar do corpo dependem do controle emocional. Normalmente fazemos, mesmo sem perceber, uma tremenda confusão sobre nosso emocional. Mas é simples pra dedéu. Sempre que estiver numa espécie de ressaca devido a euforias de festas, comemorações e coisas tais, faça um balanço sobre como foi seu comportamento. E quer saber de uma coisa? Ele nem sempre foi como você gostaria que fosse ou que tivesse sido. Dia das mães, dos pais, dos netos e sei lá o que mais. Nem sempre tais comemorações trazem o prazer que procuramos demonstrar. Gastos financeiros, cansaço físico e mental, quase sempre encortinam o benefício do prazer. Mas não esquente. Se não fosse assim que graça teria?

Você tem facilidade em manter controle sobre suas emoções? Se não tiver, tenha cuidado. Taí um controle sem o qual não somos dignos de nossa condição de racionais. Faça seu primeiro exercício, hoje, d
urante seu período de trabalho, não permitindo que nada, nem ninguém, aborreça você, seja qual for o motivo. Mostre-se no superior. E os superiores sabem como controlar suas emoções. Quando estiver de cara amarrada, pense no seu espelho e veja o que ele lhe mostraria se você o mirasse. Certamente ele iria lhe mostrar uma cara feia e emburrada que não é a sua e que você não merece. Procure sempre a felicidade dentro de você. Nunca desperdice seu tempo esperando que alguém faça você se sentir feliz. Faça isso você mesma. Você tem em você tudo que necessita para ser feliz. E uma das maiores dicas é você nunca se aborrecer com coisas que não lhe interessam.

Olhe à sua volta. O que você está vendo? Se não lhe interessa o que vê, não veja; olhe, mas não veja, não prestando atenção. Quando sair para o almoço, escolha e eleja uma cor e saia pela rua procurando a cor escolhida. Não preste atenção a nenhuma outra cor. Você vai descobrir aquela cor em lugares onde ela sempre esteve e você nunca tinha percebido. Você vai se sentir feliz. Amanhã escolha outra cor e faça o mesmo exercício; faça o mesmo nos dias seguintes e veja como você estará se sentindo no fim da semana. Ser feliz vai depender do controle que você tem sobre seu emocional. Use o mesmo método sobre seus sentimentos; amor, paixão e ciúme são coisas inteiramente distintas e que podem fazer você muito feliz ou infeliz. Tudo vai depender do seu controle mental no emocional. Pense nisso.

*[email protected]