Opinião

Opiniao 03 03 2018 5741

Haja fé! – Ranior Almeida*

Era pra ser mais uma das minhas tentativas de crônica esportiva, mas peço a sua licença para fazer um real desabafo.

Aprendi a gostar de um time chamado São Paulo Futebol Clube, era um time que na minha infância ganhava tudo e também graças à influência de dentro de casa pelo meu irmão mais velho (Marcos Nogueira). Inclusive tenho até hoje minha primeira camisa do Tricolor Paulista dada por ele em 1996, é a número 7 na época era usada pelo artilheiro Müller. Época em que o apresentador de rádio e TV Milton Neves criou aquela célebre frase: “Torcer para o São Paulo é uma grande moleza”. (Ah, bons tempos…)

Cresci na metade da década de 1990 e início de 2000 vendo na TV um time que podia perder, mas perdia lutando não era imbatível, mas ganhava títulos, como diz seu próprio hino: “As tuas glórias vem do passado”. Já me entedia como gente quando vi Tricampeonato Mundial (Japão) em 2005, com o maior ídolo o goleiro artilheiro levantar a taça, depois de ter fechado o gol e ter sido eleito melhor jogador da competição, isso ele mesmo, Rogerio Ceni.

Depois disso veio o Tricampeonato consecutivo do Campeonato Brasileiro 2006, 2007 e 2008. Criaram até um apelido que eu particularmente nunca concordei, era o tal de “Soberano”, afinal precisa-se de muito para se ter a perpetuação de soberania. Por ironia do destino, o último título foi em 2012 a Copa Sul-americana.

Há anos o São Paulo sofre com trapalhadas diretivas, seja na escolha de diretores, técnicos e jogadores. Pois, do alto da soberania, quem está errado é o erro, nunca quem o cometeu. Dívidas se acumularam, em paralelo ao conturbado ambiente político, de maneira que, atualmente, o São Paulo FC, outrora contratador de protagonistas, no palco, tem os artistas veteranos que não decoram seus papéis, com pífias performances, ao lado de atores iniciantes que sequer podem se espelhar nos colegas experientes.

Você deve tá me perguntando: “ah, Ranior vamos sentar e chorar então?” (Risos). Diria a você, que nós Tricolores fazemos isso a pelo menos seis anos. O São Paulo Futebol clube, hoje é o espectro da política brasileira, em que se faz trapalhada por cima de trapalhada.

Portanto, se tivéssemos competentes no Morumbi nos últimos anos, hoje nosso time poderia ter em campo um goleiro de time grande. Poderia usufruir da qualidade e jovialidade de talentos da base que foram vendidos precocemente. Se bem administrado fosse, poderia ter sido opção de clube para jogadores talentosos. Mas o caixa do clube, que já foi exemplo de referência de administração, escoa dinheiro para bancos e outras dívidas. Um dos apelidos que gosto é o de “Clube da Fé”, dado em 1943, num congresso técnico do Campeonato Paulista daquele ano, um jornalista presente disse: “que tudo aquilo não seria necessário, que bastaria jogar ao ar uma moeda para definir o vencedor daquele ano. Se ao cair desse cara, o campeão seria o candidato alvinegro, se desse coroa, o postulante alviverde” – até então os tradicionais favoritos, e o questionaram: – e o SPFC? “Só se a moeda cair em pé!” e naquele ano a moeda caiu em pé. Então haja fé por dias melhores!

*Licenciado em Sociologia – UERR, Bacharel em Ciências Sociais – [email protected]

Brasil vive a marcha da insensatez. Até quando? – Celso Tracco*

A marcha da insensatez – de Tróia ao Vietnã, de Bárbara Tuchman. Neste livro a autora faz uma análise, profunda e brilhante, sobre grandes eventos da humanidade que, pela insensatez dos governos e governados, levaram povos a guerras, destruições e enormes sofrimentos. Sirvo-me deste título para refletir sobre o momento atual de nossa sociedade, que está vivendo um período de calamidades crescentes e pouco, ou nada, faz para mudar um destino que parece cada vez mais sombrio e mais próximo.

Parece estar claro que o maior entrave para o crescimento sustentado do Brasil é seu atual sistema político e isto já é consenso entre alguns políticos conscientes. Para dizer o mínimo, é um sistema anárquico. Começando pela arrecadação de impostos: do total arrecadado, cerca de 57% vai para a união, 25% para os estados e 18% para os municípios. Ora, as pessoas vivem nos municípios e precisam mais de “brasis” do que de Brasília. Dos 5570 municípios brasileiros, em torno de 65% deles não fecharam suas contas em 2017, a maioria dos estados está com sua situação financeira caótica, o déficit federal só cresce.

Como disse recentemente a Ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, “o cidadão está cansado de todos nós”, referindo-se a que o povo brasileiro está cansado da ineficiência das instituições governamentais. O que fazer? Bem, parece claro: ou tornamos as instituições eficientes ou acabamos com elas. Manter o status quo não parece ser muito sensato.

A sociedade pode e deve participar e não apenas em ano de eleição. Afinal o país que desejamos depende de nós. Exemplo: algumas escolas de samba cariocas demonstraram toda sua indignação com as mazelas governamentais no principal desfile de carnaval do país. Participar é decisivo, ou devemos usar nosso poder apenas para escolher o eliminado em realities shows e se interessar pela atual vida amorosa de um futebolista e uma jovem atriz de novela?

Voltando ao título: a maior insensatez humana é pensar que, fazendo as coisas do jeito que sempre foram feitas, no futuro, conseguiremos resultados melhores que os atuais.

*Economista e escritor, autor do livro Às Margens do Ipiranga – A esperança em sobreviver numa sociedade desigual

Como pensar – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano como teus piores pensamentos.” (Buda)

Os descobridores atuais, da pólvora, ainda não descobriram o desconhecido. Coisas que estão nos nossos pensamentos, e cabe a cada um de nós escolher o que lhe convêm. Todos os dias eles estão descobrindo o que já conhecemos há milênios. Ninguém ainda foi capaz de descobrir qual a velocidade do pensamento. Já pensou nisso? Ele nos leva aonde queremos ir, numa velocidade infinitamente superior à da luz. O que nos indica o potencial que temos em nossos pensamentos.

Há um sistema que, pelo que me parece, ainda não o conhecemos: é um grupo formado e mantido dentro do cérebro. E que cada um de nós tem o poder de domina
r cada membro do grupo. Mas pra isso temos que nos educar e nos orientar para a tarefa que não á fácil, mas é simples. Escolha seu começo. E se quiser uma sugestão, comece pelo pensamento. Veja até onde você está com capacidade de usá-lo racionalmente. Não se esquecendo de que quando você pensa, está enviando a mensagem ao seu subconsciente. E é aí que está a força do pensamento.

Quando você pensa, manda a mensagem ao seu subconsciente, que criará o que você está querendo criar. Seu recado será sempre atendido. Se ele for para o bem ou para o mal, não faz diferença. Ele foi uma opção sua. E é sua persistência que vai fazer com que seus pensamentos sejam validados. O que quer dizer que tudo que acontece em sua vida faz parte da sua vida. Que tudo vem como resultado do seu modo de pensar. E é nos seus pensamentos que você vai se valorizar, ou não. Já lhe falei, por aqui, de pessoas que conheci e que realizaram sonhos extraordinários, tanto no campo do bem quanto no do mal.

Você é uma pessoa ciumenta? Já tentou pensar no que faz com que você seja ciumento. Ou ciumenta? São os seus pensamentos negativos. E eles são tão fortes, ou mais, quanto os positivos. Há um quarteto fortíssimo que tem o poder de fazer de você o que você realmente quer ser: uma pessoa feliz ou infeliz, ou um farrapo humano. E como o quarteto está dentro de você, significa que você é a única pessoa no mundo, capaz de fazer de você uma pessoa feliz ou infeliz. O poder está com você e em você.

Quer saber mesmo qual é o quarteto? O amor, a paixão, o ciúme e o sexo. Querendo ou não, você os tem. Sua felicidade depende de como você usa cada um deles. Qual o que lhe faz bem e qual o que lhe faz mal. O bom e o mau, entre eles estão em você. A escolha é sua, mesmo sem você perceber. E por isso não ponha a culpa em mais ninguém sobre os maus resultados dos seus pensamentos. Pense nisso.

*[email protected]