Minha Rua Fala

Minha Rua Fala 09 08 2017 4555

6º BEC – 49 ANOS EM RORAIMA (09/08/1968 – 09/08/2017)

(trecho da Canção da Engenharia Militar):

♫♪ “O Castelo lendário, da Arma azul-turquesa / Que a tropa ostenta, a desfilar, com galhardia / É um escudo de luta, é o brasão da grandeza / E da glória sem fim, com que forja a defesa / E é o esteio, do Brasil / a Engenharia.”♫♪

O 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6ºBEC), foi criado no dia 9 de agosto de 1968 pelo Decreto Presidencial nº 6.384 e, desde então, desempenha papel importante para o crescimento regional, sendo responsável pelas principais ligações rodoviárias de Roraima, dentre estas a construção da BR-174, sentido Norte e Sul, e da BR-401 até Bonfim, fronteira Leste com a Guiana.

Além das rodovias, o 6º BEC foi responsável pela construção de pontes, como a que passa sobre o rio Tacutu, ligando Bonfim a Lethem, na Guiana, e a abertura de novas estradas. E ainda tem cooperado com o Governo do Estado, Prefeitura Municipal de Boa Vista e órgãos públicos, em obras de saneamento, asfaltamento de estradas, ruas e avenidas, entre outras missões, como as ações de combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, e apoio no combate a queimadas durante os períodos de secas no Estado.

Em Boa Vista o 6ºBEC recebeu o nome de: “Batalhão Simón Bolívar”, uma homenagem ao libertador venezuelano (em tempos passados). O Protocolo da denominação do 6º BEC foi assinado no dia 09 de Agosto de 1994, pelo então Ministro do Exército Brasileiro o General Zenildo Zoroastro de Lucena; e pelo ministro da Defesa da Venezuela, o general Rafael Monteiro Revete.

Resumo histórico:

O 6º BEC veio de Manaus para o então Território Federal de Roraima para defender, ao lado de outras Unidades do Exercito, a integridade do Território Nacional. O seu primeiro comandante foi o coronel Ney de Oliveira Aquino.

Nos primeiros dias de 1969 teve inicio uma rebelião em Lethem, entre alguns fazendeiros das Famílias Melville e Hart, enfrentando as forças do Exército da Guiana. Este conflito aconteceu na região do rio Rupununi, por isto foi chamado de: a “Revolta do Rupununi”. Esta rebelião envolveu vários grupos habitantes na fronteira Guiana/Brasil:  negros guianenses, indígenas macuxi, wapixana e brasileiros regionais, que em meio à  luta, adentraram a região de Normandia e Bonfim.

No dia 05 de janeiro de 1969, o Exército brasileiro enviou de Manaus, para Boa Vista, militares da 1ª Companhia de Engenharia. E, de Boa Vista partiu também os militares da 9ª Companhia, sediados onde hoje está o quartel da Companhia de Policiamento da Capital, da Polícia Militar (em frente ao Colégio Colméia) na Rua Serejo Cruz, centro.

Com o fim da rebelião em Lethem, na Guiana, o governo brasileiro, através do Decreto Presidencial nº 64.111, datado de 13/02/1969, transferiu de Manaus para Boa Vista, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção-6º BEC, com objetivo de construir estradas e rodovias para desenvolver o Território Federal de Roraima.

Quando o 6º BEC chegou a Boa Vista, as unidades foram assim distribuídas: a Companhia de Comando, ficou alojada em barracas de lonas, num local onde havia uma antiga granja (onde hoje está o GRESSB, na Avenida Terêncio Lima, esquina com a Ene Garcez). O Comando do Batalhão, passou a ocupar o prédio do Quartel da Guarda Territorial (o prédio da antiga Secretaria da Segurança, na Avenida Ene Garcez dos Reis); e a Companhia de Equipamentos pesados, ficou sediada no local onde hoje está o prédio da Polícia Rodoviária Federal (atrás da Unimed), no Bairro São Vicente.

O primeiro trabalho realizado pelo 6º BEC em Roraima foi à melhoria da estrada (já existente), partido de Boa Vista até Caracaraí, onde melhorou o acesso ao Porto daquele município, permitindo assim o embarque e desembarque dos equipamentos pesados que viessem de Manaus para o efetivo trabalho de construção das estradas e rodovias em todo o Território de Roraima.

Na década de 1970, Boa Vista vivia praticamente parada no tempo, sem grandes perspectivas de melhorias socioeconômicas que pudessem vislumbrar um futuro promissor.

A energia elétrica era fornecida ate às 22h; a comunicação com outros estados ainda era por meio da radiotelegrafia e radiofonia; as viagens para Manaus eram feitas em barcos ou em  aviões da FAB (uma vez por mês) e, pela Empresa Aérea Cruzeiro do Sul (em antigos aviões YS-11, movidos à hélice). Como havia mais facilidade de deslocamento em barcos-lanchas e em batelões de cargas, as pessoas preferiam estes meios.  

As poucas ruas pavimentadas em Boa Vista, eram: a Professor Diomedes até o Cemitério no Bairro São Vicente (e, este foi o primeiro caminho de Boa Vista para Caracaraí); a Avenida Ene Garcez (só um lado da pista direita) até o antigo Aeroporto; e uma pavimentação na Praça do Centro Cívicos em seu entorno.

E, o 6º BEC, começou a trabalhar: Terraplenagem nos encontros das pontes sobre os igarapés Água Azul e Branco; Abertura de um caminho ate a localidade de Bonfim;  Construção de campo de pouso em Bonfim, Normandia, Vila Pereira (Surumu), Pau Rainha; ajuda na distribuição de água (em carros pipas) nas casas da população, inclusive com a instalação de um ponto de fornecimento junto ao Igarapé Pricumã; Instalação da 2ª Companhia de Engenharia – encarregada de realizar obras de construção civil; Construção do Supermercado da Guarnição (fornecia suprimentos de gêneros alimentícios, tanto para os militares como para os funcionários civis do Governo do Território); Construção do Campus da Universidade Federal de Santa Maria/RS. O prédio deste Campus era onde está hoje o Quartel-Geral da Polícia Militar de Roraima, na Avenida Ene Garcez. Foram tantas realizações do 6º BEC, naquela época, que levaria dezenas de páginas para enumerar as obras.

E, claro, a construção da BR-401, em direção a Bonfim (concluída no dia 29 de abril de 1972); e, com Normandia (concluída no dia 19 de maio de 1978).

Quanto à principal rodovia ligando norte a sul o Território, a BR-174, primeiro em direção à Pacaraima e, noutra vertente, para Manaus.

O encontro das frentes de trabalho na BR-174 aconteceu no dia 22 de dezembro de 1975, quando o último tronco foi retirado do caminho. E, a inauguração oficial da BR-174 (Boa Vista – Manaus) aconteceu na localidade da Linha do Equador (onde até hoje tem um monumento de pedra, marcando a data) no dia 06 de abril de 1977.

Estava assim, o caminho feito para o desenvolvimento socioeconômico de Roraima.

Mas, o 6º BEC não para e continua o seu trabalho de construção de estradas, pontes (como a que passa sobre o rio Tacutu, ligando Bonfim a Lethem na Guiana), vicinais e rodovias onde se fizer necessário.

O atual comandante do 6º BEC é o Tenente-coronel Robert Maciel de Souza.

Nesta oportunidade, homenageio o Tenente da Reserva do 6º Batalhão de Engenharia de Construção – 6º BEC-, Luiz Mário Severo Ávila, um dos pioneiros Topógrafos na construção da BR-174. Ele recebeu da Câmara Municipal de Boa Vista, o Título de Cidadão Boa-Vistense e a Medalha de Honra ao Mérito Rio Branco.

Tenente Ávila, com a família, na Câmara Municipal / Tenente-coronel Robert Maciel de Souza