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Decore BV 20 08 2018 6778

A ventilação na arquitetura

Os dias de calor estão se aproximando, e começamos a pensar como mitigar o desconforto que eles podem gerar no nosso dia-a-dia. Para isso, trouxemos um assunto relevante para a coluna dessa semana – ventilação natural.

Mesmo em ambientes fechados, com uso de ar condicionado, a ventilação natural é essencial para trazer bem-estar e saúde aos ambientes, renovando o ar. Ela é uma opção para os dias mais amenos ou quando há quedas de energia e não podemos ligar o ar condicionado ou ventilador (alguém reconhece essa situação?).

Mas o que seria a ventilação natural que os arquitetos tanto falam? Temos os conceitos de ventilação cruzada, ventilação induzida, torre de ar, efeito chaminé, entre outros. O que é interessante conhecer é o comportamento do vento na edificação, que é de onde saem todos os outros conceitos de ventilação na arquitetura.

Tudo começa com a lógica da ventilação, que é quando o ar quente, mais leve, sobe e o ar frio, mais denso, desce. Outra lógica é que um ambiente já “cheio de ar” não pode receber “mais ar” do que o que já tem – isso significa que para o vento circular devemos ter mais de uma abertura no local. O vento só se forma se houver por onde ele entrar, mas também por onde ele sair – é a chamada “corrente de ar”.

Casa Lee, projeto do Studio MK27. Seus caixilhos permitem uma abertura total nas duas extremidades, proporcionando uma ventilação abundante e trazendo um conforto térmico ao local. Para que essa circulação funcione bem, é importante analisar a direção e a força dos ventos de cada local, para que a quantidade não seja nem insuficiente e nem grande demais.

A torre de vento – O vento entra por um lado no edifício e sai pela torre, na parte mais alta. Muito utilizada na arquitetura árabe como forma de deixar o ambiente interno mais frio. Foto de uma torre de vento em Doha, Qatar.

 

Brises e cobogós são ótimas opções de garantia de ventilação natural, além de serem excelentes no controle de iluminação e de incidência solar.

Ambientes com pé-direito duplo são mais agradáveis com relação à temperatura, pois favorecem a ventilação. O ar quente sobe e sai pelas extremidades mais altas do espaço. Atenção – cuidado com janelas fixas muito altas; elas podem virar fonte de calor adicional no espaço e prejudicar a ventilação.

Fazendo-se um projeto bem planejado, com aberturas certas e nos locais corretos, é possível privilegiar a ventilação de modo que as soluções artificiais sejam reduzidas ou até desnecessárias. É sensação de brisa no rosto, com uma conta de energia enxuta e pouco impacto no meio ambiente – sucesso na certa!