Social

Coluna Social 26 08 2017 4661

Com Nada * Mais uma pessoa está desaparecida em Boa Vista. Desta vez uma menina de 11 anos que sumiu de casa por volta das 13h30 de quinta-feira. De acordo com familiares, ela teria saído para a Escola Estadual Professora Conceição da Costa e Silva, no bairro Senador Hélio Campos, aonde não chegou a ir. Como não tem costume de ficar fora durante tanto tempo, a família registrou ocorrência na delegacia e quem tiver alguma informação favor ligar para 99146-4645 ou pro 190. Com Tudo *Continua, neste sábado, a programação do projeto “Sesc Recreação no Pátio”, com atividades gratuitas de recreação musical, brincadeiras de pega-varetas, arremesso de argolas, xadrez gigante, pintura infantil, apresentações culturais de música e dança com os idosos do programa “Luz da Vida”, do Sesc RR. O projeto é uma parceria entre o Pátio Roraima e o Sesc, voltado para toda a família com atividades que iniciam às 17h e encerram-se às 21h.

Os professores Willer Lira, Júnior Vieira e Abel Mangabeira, responsáveis pelo sucesso do Aulão de Rua da Assembleia Legislativa

Luto  * Roraima está mais triste sem o riso e o alto astral de Nonato Chacon, que nos deixou tão de repente. Sai de cena um grande artista, dedicado professor, produtor e fomentador cultural. Será grande a falta que fará para as artes cênicas, às quais dedicou 40 anos de sua vida.* Além do seu imenso talento e da simplicidade, ele deixa um extraordinário legado para a cultura local, em especial para o Teatro e o bom exemplo de pessoa honesta e honrada para suas filhas, Bárbara e Thaís. E é assim que ele será sempre lembrado.  Dia de Campo * O Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima promove, neste sábado, 26, na própria escola, das 8h às 12h, o III Encontro de Pesca e Aquicultura, com um dia de campo.* O tema deste ano é “A piscicultura como alternativa de renda para a agricultura familiar” e tem como objetivo integrar a comunidade e mostrar o que está sendo desenvolvido em termos de ensino, pesquisa e extensão.  

Sandro Baré recebe kilométricas homenagens nesse fim de semana por conta de sua troca de data

Educação * Louvável a iniciativa do Poder Legislativo de incentivar a educação em Roraima. Dias atrás, o deputado Jalser Renier inaugurou uma escola para cursos preparatórios no bairro Sílvio Botelho.* E essa semana promoveu um badalado Aulão de Rua, no bairro Senador Hélio Campos, que foi outro estrondoso sucesso.Vestibular * Neste sábado, 26, o Centro Universitário Estácio da Amazônia promove mais uma edição do seu vestibular para 16 cursos de graduação, com descontos especiais para quem for aprovado. * Os participantes vão concorrer a uma bolsa de 100% durante o primeiro semestre e 35% durante o restante do curso para o qual forem aprovados. Informações com o consultor Márcio Gondim (99114-4949)

Ronald Costa, inaugurando idade nova neste sábado

#Rápidas *Inaugurando idade nova hoje, Sandro “Pitbull” Miranda, Adres Vasquez Vidal e Karina Elane Coelho. * Amanhã quem troca de data são a bela Yane Nogueira Gameiro, Taynnan Mesquita e Vladimir Vieira. * Por meio da parceria entre o Centro Universitário Estácio da Amazônia e Associação Municipal de Dislexia, crianças que sofrem desse distúrbio de aprendizagem, caracterizado principalmente pela dificuldade na leitura, irão receber atendimento gratuito.* A ação terá início neste sábado, 26, das 8h às 16 horas, na sede da associação (Rua Professora Antônia Cutrim, 1771, Pintolândia) e se estende até o final do mês de setembro.

PERFILSabá Moura: “Precisamos valorizar mais a nossa cultura e, acima de tudo, conhecer nossa diversidade”.

Sabá Moura é natural de Parintins, Amazonas, e chegou a Roraima ainda criança, há 40 anos. É professor de Artes da Rede Estadual de Ensino há 26 anos e tem a maior parte de sua vida envolvida em movimentos culturais, especialmente no que se refere ao Folclore. Trabalhou no Cordão Encarnado do Boi Garantido como aderecista e tuxaua de originalidade, fazendo parte da equipe do renomado artista plástico Waldir Santana. Em Roraima, ele fundou há 26 anos a Associação Recreativa Xamego, nome oficial da Quadrilha Junina Xamego na Roça, da qual é presidente e animador. Atua também como coreógrafo, aderecista, figurinista e compositor. Sabá está no exercício do seu segundo mandato como conselheiro estadual de Cultura, eleito pela sociedade civil, e exerce suas funções na Câmara de Cultura Popular e Indígena. Faz parte também do Conselho Nacional de Política Cultural, no segmento de Cultura Popular, é o represente dos Pontos de Cultura para a Região Norte, além de ser o secretário-geral da Confederação Nacional de Quadrilhas Juninas e ex-presidente da Liga das Quadrilhas Juninas de Roraima. É com ele o Perfil desta semana em que se comemora o Dia do Folclore (22 de agosto).* Por que você veio residir em Roraima?Minha família veio para Roraima em 1973, em busca de uma melhor condição de vida. Meu pai, Mário Moura, fundou a carpintaria e marcenaria Parintins, no bairro São Francisco, e minha mãe Edith Moura trabalhava como costureira. Éramos seis irmãos e aqui nasceram mais dois.* Como começou seu interesse por quadrilhas juninas?Fiz minha 5ª série no Colégio Monteiro Lobato e lá uma professora (Aline o nome dela) nos apresentou a música “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. Ali começou a despertar meu interesse. Anos depois, meu irmão (Mário), juntamente com alguns amigos, criou a Quadrilha Xamego Caipira. Nesse cenário, a família toda se envolvia: minha mãe fazia o traje do pessoal e cada um ajudava como podia. Em 1990, fui morar em Mucajaí e lá, juntamente com alguns amigos, criamos a Xamego na Roça, no dia 10 de maio de 1992 (era Dia das Mães). Estava definitivamente contaminado pelo vírus do São João, e esse vírus não tem cura.* Qual é a maior dificuldade de presidir uma agremiação folclórica em Roraima?Não somente no segmento Quadrilha Junina, mas trabalhar cultura em qualquer lugar é muito complicado, pela falta de investimento da iniciativa privada. O empresariado de forma geral ainda não “descobriu” o retorno que as quadrilhas juninas podem dar. No período junino, recebemos turistas de várias localidades, inclusive da Venezuela, Guiana e Manaus. As agremiações de Roraima não precisam de patrocínio, precisam de investimento, essa é a palavra. Somos o maior segmento da cultura de Roraima (Capoeira, Bumba meu boi, Boi Bumbá, Reisado, Ciranda, Cangaço, Artesanato, Quadrilhas e por aí vai… ).* O Movimento de Quadrilhas Juninas de Roraima é tido como um dos melhores do país. Qual o segredo de todo esse êxito?Organização, planejamento, dedicação e valorização. Nós nos preparamos desde setembro visando o ano seguinte. Além disso, nós temos um diferencial: somos adversários, não somos inimigos. Nossa disputa é no tablado, no palco, fora isso, costumamos discutir as melhorias para o movimento. Todas as quadrilhas juninas têm CNPJ e estatuto, existem de fato e de direito. Nossos festivais são disputadíssimos, decididos por milésimos, dado o grau de qualidade dos nossos espetáculos. Não foi à toa que tivemos representantes levando nossas quadrilhas aos Estados Unidos.* Você credita que a origem nordestina de grande parte da população de Roraima tenha influência direta na formação dos grupos folclóricos locais, em especial as quadrilhas juninas?Sim, com certeza. O povo nordestino tem influência em todas as regiões do país. Pela sua garra, sua religiosidade, vontade de vencer, sua bravura, sua cultura de maneira geral, é um povo inspirador. Sou admirador declarado. Como disse o poeta Eliakin Rufino: “Filho do Norte, neto do Nordeste”.* O figurino das quadrilhas juninas de Roraima é tido como referência no país. Como surgiu essa tendência?Através das danças gaúchas que sempre usaram saias longas. As quadrilhas juninas incorporaram (na maior parte do Brasil as quadrilhas usam saias curtas) a princípio sem os babados (folhos). Logo depois passou-se a acrescentar fitas, rendas e outros acessórios (minha mãe teve papel importante nesse processo, costurou para os mais tradicionais e importantes grupos de Roraima). Hoje a coisa está muito evoluída, tecidos sintéticos, pedrarias, contamos com estilistas que trabalham conforme o tema a ser desenvolvido.* Como conselheiro estadual de Cultura, como vê o folclore local?Vejo que estamos num processo de firmação, organização, pois, aos poucos, estamos conseguindo conquistar o devido espaço. Tenho mapeado o Estado e vejo com otimismo o resgate e fortalecimento de alguns movimentos que antes não se via. O arraial da Associação dos Maranhenses, no bairro Santa Luzia, é uma prova disso. Fizeram este ano a 8ª edição e mais uma vez foi um sucesso.* Como o conselheiro nacional de cultura ocupante da cadeira de Cultura Popular avalia essa área no nosso país?O momento é turbulento, só tivemos duas reuniões do pleno do CNPC. Não se sabe se haverá Conferência Nacional de Cultura, que deveria acontecer em setembro. Mas, felizmente, foi lançado um edital de seleção pública, específico para Cultura Popular, edição Leandro Gomes de Barros, com prazo de inscrição até o dia 28/08/17.* Se você tivesse poder de decisão, o que faria pela Cultura?Com certeza reformularia todas as leis referente ao Sistema Nacional de Cultura; incluiria na grade curricular da educação temas que valorizassem a Cultura Popular. Infelizmente, ainda temos muito preconceito em relação a nossa miscigenação cultural, nossa pluralidade. Precisamos valorizar mais a nossa cultura e acima de tudo conhecer nossa diversidade.* Que mensagem você deixa na Semana do Folclore?Nós, brincantes, mestres e mestras, realizadores das Culturas Populares e Tradicionais de Roraima, precisamos estar mais articulados para aprender a conviver com nossas divergências e potencializar nossas convergências. Precisamos partilhar nossas experiências, transmitir nossos conhecimentos aos mais novos, resgatar o amor e respeito pelo nosso Folclore, valorizar acima de tudo a Cultura Popular. Então, vamos comemorar.