Minha Rua Fala

4o CAPITULO OS PORTUGUESES NO VALE DO RIO BRANCO 2433

4º CAPÍTULO – “OS PORTUGUESES NO VALE DO RIO BRANCO”

O rei de Portugal Dom José I, através de Carta Régia, datada de 14 de novembro de 1752, determinou ao governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (o Barão de Parima), que construísse um Forte às margens do rio Branco.

O início da construção aconteceu no ano de 1775, sob a coordenação do alemão, a serviço de Portugal, Felipe Sturm e ele mesmo escolheu o local: 3º 1`46´´ graus de Latitude Norte e 60º graus de Longitude Oeste. A conclusão da obra se deu no ano de 1778 na gestão do Governador da Província do Maranhão-e-Grão-Pará, o Capitão-General Fernando da Costa de Athayde Teive (General Ataíde Teive, cujo nome denomina uma Avenida em Boa Vista).

Passados os anos e com a chegada de várias famílias não-índias a esta região, aportou em Boa Vista o português Joaquim Thomé, filho de Manoel e Joana Thomé. Ele nasceu em 05/01/1878 na cidade de Pampilhosa da Serra, Distrito de Coimbra em Portugal. Ainda jovem deixou a casa dos pais e veio para o Brasil, aportando em Manaus, no Amazonas. O seu primeiro emprego foi na firma Tancredo Porto, uma empresa que vendia e comprava mercadorias no porto de Manaus. Lá conheceu o português Manoel Pereira Pinto (o Coronel Pinto) que era Guarda-Livros (Contabilista) em Boa Vista, e o convidou para vir para esta cidade. O ano era 1900.

Ao chegar a Boa Vista, o Joaquim Thomé passou a trabalhar na Firma Lima Pinto, na função de embarcadiço em pequenos navios de transporte de pessoas e mercadorias que vinham e iam para Manaus. Depois passou a trabalhar transportando bois e estivas na lancha “Perseverança” pertencente ao Alferes Paulo Cruz Saldanha.

Em Boa Vista, Joaquim Thomé casou-se com a senhora Maria de Souza Lima, em 1904, com a qual teve 08 filhos: Antônio, Américo, Fernando, Lourival, Merandolina, Dulce, Natividade e Silvia Thomé. Em 1906 foi para o interior onde passou a trabalhar na fazenda Bom Jardim. Em 1919 faleceu a sua esposa Maria de Souza e ele levou os filhos para a região da Serra da Lua, no Bonfim, onde instalou a Fazenda “Lusitânia”.

Anos depois, já viúvo, Joaquim Thomé casou-se com a senhora Cecília Pascaretta Macellaro, filha de um italiano, que morava em Boa Vista. O casamento ocorreu no dia 18/04/1928 e, desta união nasceram 04 filhos: Elizabeth Macellaro Thomé Barros (dona Beti), Cidalina Macellaro Thomé Abdala (professora), James Macellaro Thomé (professor) e Laerth Macellaro Thomé (médico).  

Em 1946, após uma discussão com o então governador do Território Federal do Rio Branco, Félix Valois de Araujo, o Joaquim Thomé foi para Manaus onde permaneceu até 1949. De volta à Boa Vista, o Joaquim Thomé concluiu o prédio que ele havia iniciado a construção antes de viajar para Manaus.

Neste novo prédio, ao lado de sua residência, na Avenida Jaime Brasil, ele alugou alguns espaços para atividades diversas. Na parte de cima foi instalada a primeira Biblioteca Pública, também o  Jornal ´´O Átomo“, a Divisão de Obras e o primeiro serviço de Alto-Falante do Governo Territorial. Na parte de baixo do prédio havia um amplo salão para aluguel de festas e, ao lado, ele instalou o “Bar Thomé”. Hoje, naquele prédio, funciona a Junta Comercial de Roraima.

O senhor Joaquim Thomé faleceu no dia 26 de junho de 1951, aos 73 anos de idade. Hoje seu nome denomina uma rua em Boa Vista, a Rua Joaquim Thomé, a que passa ao lado do “Restaurante do Dedinho”, no Bairro 31 de Março.

Publicidade